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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Uma aventura – os cinco no nordeste (I)

30 de Agosto de 2012

Nota prévia: A crónica desta viagem é da inteira responsabilidade de Alexandre Ribeiro, Economista e autor do livro "Economia em contramão". É também o outsider do grupo (como ele próprio se intitula) mas integrou-se tão bem que até parece que está connosco desde o primeiro dia.
É um excelente texto, brilhante mesmo, que retrata com humor, rigor e precisão todos os pormenores de mais um passeio deste grupo que faz da amizade e do saudável convívio uma forma de resistir, criando as asas necessárias ao tempo que se vive…

por Alexandre Ribeiro:
Previa escrever esta crónica em duas páginas. Mas palavra puxa palavra, as emoções foram tantas, os episódios foram mais que muitos e acabou por dar nisto: um texto com tamanho desmesurado. Mas fica o relato para a posteridade. As recordações não se medem em páginas, mas convém que fiquem registos rigorosos e impressivos gravados no cérebro, mas sustentados em factos, prosa e fotos, para perdurarem na memória de quem teve a felicidade de viver momentos únicos.


Os cinco da vida airada – versão 5.com
 O outro juiz também dizia à prostituta que ela andava na boa vida.
É boa, vida, é” dizia ela. “Vá o sr. dr. Juiz apanhar…….” (como não se sabe quem vai ler esta prosa convém ser cauteloso e ficar por aqui, não usando o vernáculo nem ipsis verbis as frases proferidas) e diga-me depois se é boa vida”.
Cada qual sabe de si e, quantas vezes, por trás de uma aparente boa vida, há muita dor e confusão quanto baste. Mas adiante.
 O Jorge Matos é o pivot do grupo. Boa vida leva ele: ultimamente até passou horas dentro de uma moderníssima cápsula, qual astronauta com vontade de ir a Marte. Tudo para ver se consegue voltar a andar equilibrado.
O Rogério Calvo é uma boa pessoa, na opinião da sogra, que já nem o consegue reconhecer. Passou os últimos tempos entre o hospital e uma peregrinação por tudo o que cheirasse a lar. Ainda tens um bocado de sarna para te coçar, Rogério.
O Mota, esse anda na maior. Passa temporadas em Madrid, anda todo babado com os netos, respira saúde e felicidade. Continua assim, Mota. Invejamos-te, mas estamos muito felizes por ti. Mereces o melhor.
O Bernardino não sabe o que fazer à vida. Não é reformado, nem está no ativo. Não é doente, nem está saudável. Gosta da família, mas os parentes só lhe criam problemas. É proprietário mas daí quase só lhe advêm chatices.
O Alexandre é o benjamim do grupo e um outsider: é o único que não é professor de profissão (mas exerceu durante um ano). Na EB 2/3 de Valadares fazem o favor de o considerar um quase igual. Como fechou a empresa onde trabalhava (a crise chega a todo o lado), agora que está em cima dos 60, onde é que vai arranjar um novo emprego? Já é tarde para emigrar. Aguenta Alex!
 Que nome dar ao grupo? Deixo uma dica para inspiração, extraída do suplemento Atual do jornal Expresso de 8 de setembro: Mui nobre Confraria da chouriça de sangue de porco coxo da pata traseira esquerda (sic).


                                                                                         (continua ...)


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