Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.

Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!


segunda-feira, 30 de março de 2015

Autopsicografia...

Fernando Pessoa faz aqui a descrição do seu  estado espírito. É como se estivesse a escrever da própria alma!

O poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
na dor lida sentem bem,
não as duas que ele teve,
mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
gira, a entreter a razão,
esse comboio de corda
que se chama coração.                                                                                                                                    Fernando Pessoa

quarta-feira, 25 de março de 2015

O falar tripeiro...

Como todos sabemos a arte grafite é uma forma de manifestação artística em lugares públicos. É também uma forma de expressar os sentimentos e as  ideias do povo e a realidade das ruas.
No último post deixei aqui alguns exemplos com imagens pintadas nas caixas metálicas dos contadores da electricidade e da água que se encontram ao longo de toda a Rua das Flores, no Porto.
Hoje ficam aqui mensagens de outro tipo que fotografei exactamente na mesma rua. Desta vez os grafiters aproveitaram para expressar alguns dos “bitaites” de cariz popular que os portuenses dos bairros mais típicos da cidade (conhecidos entre nós por “tripeiros”) usam no seu dia-a-dia. É a “linguagem tripeira” no seu melhor! Ou a linguagem “murcónica”, como diria o Dr.JúlioMachado Vaz, grande benfiquista e natural da cidade do Porto!



segunda-feira, 23 de março de 2015

A arte do grafite na Rua das Flores...

No sábado passado fomos passear para a baixa da cidade do Porto, aproveitando o dia de sol e sem vento, que têm sido raros aqui no Norte do País!
Tinha visitado recentemente esta parte da cidade com o meu grupo de amigos “5.com” e ao transmitir à Amélia a boa impressão causada ficou desde logo combinado irmos lá os dois. E fomos!
Ao descermos a Rua das Flores sentimo-nos autênticos turistas nesta cidade que tão bem conhecemos desde sempre. Apesar de ainda existirem, aqui e ali, obras de requalificação, ela apresenta, de facto, uma nova cara e muita animação. O ambiente que se vive actualmente é totalmente diferente. Muitos turistas, jovens, casais e grupos que enchem as esplanadas, já para não falar nos "pitéus" que aparecem logo no início da Rua, mais precisamente na Taberna do Largo, que anuncia à porta vinhos e petiscos, queijos, enchidos e muitos outros produtos regionais portugueses. Só o cheirinho convida a entrar e a… petiscar!
Continuando a descer a Rua comecei a prestar mais atenção ao trabalho feito pelos graffiters, esses artistas, que ao aproveitarem as caixas metálicas (e inestéticas) dos contadores de energia e de água para aí deixarem a sua arte urbana, melhoraram e interferiram positivamente na reabilitação desta Rua.
Deixo alguns exemplos.
 

terça-feira, 17 de março de 2015

Beco

Hoje deixo este poema em forma de pensamento (ou... este pensamento em forma de poema), de Luís Lameiras. 
A imagem ilustra também o meu "estado de alma" em determinados momentos :-(

Estou aqui prostrado,
sozinho,
metido no ninho
mais assombrado
que há no universo!
O meu pensamento
é endiabrado
e é perverso!
Incute-me um sentimento
de homem despedaçado,
que nunca irá ter sucesso!
E eu, penso seriamente
nisso.
E eu, desgraçadamente,
penso que nasci, na alma, remisso
e que nunca me irei encontrar!
E quanto mais 
o tempo passa
maiores são os sinais
desta maldita ameaça.
E eu, permaneço aterrado
e o meu coração não aguenta.
E eu, sinto a garganta
ressequida e completamente desolado.
Se eu pudesse desaparecer
sem deixar rasto
era o que eu fazia!
Mas não! Vou continuar a enlouquecer
(neste cantinho nefasto),
nesta enferma fobia
até me ausentar de ser!

Luís Lameiras

quarta-feira, 11 de março de 2015

Feliz Aniversário, amigo Alex

Grande cronista! Hoje é o teu 62º aniversário! Tens todo o direito de ser feliz… de te sentires feliz!!! 
É um dia de festa.
Desfruta este dia com quem está a tua volta, com os teus amigos e com a tua família.

O Grupo 5.com(e) teve também o seu momento, um motivo especial para festejar contigo e te deixar um grande abraço.
Mas… confesso que me surpreendeste com a garrafa de champanhe e me “assustaste” com o rótulo da mesma!
Espero não ficar azul e branco... 

domingo, 8 de março de 2015

Os 5.com(e) no Porto

Num país em que (politicamente) parece que tudo nasceu mal, cresceu torto e nunca mais se endireita continuamos a ter um povo que teima em fazer tudo ao contrário, votando sempre nos mesmos.
Felizmente ainda há quem se livre de toda esta depressão com passeios divertidos e encontros gastronómicos. 
É o caso destes cinco amigos…

segunda-feira, 2 de março de 2015

Ninguém pode fazer-te sentir inferior sem o teu consentimento...

Deixo aqui esta velha história que contei e reproduzi, 
vezes sem conta, no âmbito profissional, tendo sempre 
o cuidado de dizer que ela não é da minha autoria.

– Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor sem olhá-lo, disse-lhe:
– Sinto muito meu jovem, mas não te posso ajudar, primeiro devo resolver o meu próprio problema. Talvez depois…
E fazendo uma pausa falou: – Se tu me ajudasses primeiro a resolver este problema com mais rapidez eu talvez te possa ajudar depois...
– C...Claro, professor, gaguejou o jovem... mas sentindo-se de novo desvalorizado e indeciso em ajudar o professor.
Este tirou um anel que usava no dedo mindinho, deu-o ao jovem e disse:
– Monta no meu cavalo e vai até ao mercado. Tenho de vender esse anel para pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceites menos que uma moeda de ouro. Vai e volta com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou no anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse mas quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem olhar para ele, só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era valiosa demais para comprar aquele anel.
Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer-lhe uma moeda de prata e outra de cobre mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas. Depois de oferecer a jóia, sem sucesso, a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou.
O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, livrando assim a preocupação do seu professor e podendo receber ajuda e os conselhos que pretendia.
Entrou na casa e disse:
– Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se possa enganar alguém sobre o real valor do anel.
– Muito importante o que disseste, meu jovem - contestou sorridente. Primeiro devemos saber o valor do anel. Volta a montar no cavalo e vai até ao joalheiro. Quem melhor para saber o valor exacto do anel? Dizes que queres vender o anel e perguntas quanto te dá por ele. Não importa quanto ele te ofereça, não o vendes... Volta aqui com o meu anel.
O jovem foi até ao joalheiro e deu-lhe o anel para avaliar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou-o e disse:
– Diz ao teu professor que se ele quiser vender o anel agora não posso dar mais que cinquenta moedas de ouro.
– CINQUENTA MOEDAS DE OURO!!! - Exclamou o jovem.
– Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com o tempo poderia oferecer cerca de setenta moedas mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que ocorreu.
– Senta-te – disse o professor.
– Tu és como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por alguém com conhecimentos para o fazer. Pensas que qualquer um pode descobrir o teu verdadeiro valor? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

– Todos somos como esta jóia – valiosos e únicos – e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem…
Autor desconhecido