No dia 12 de Abril, logo no dia seguinte ao Domingo de Páscoa que passara alegremente na companhia dos seus familiares mais próximos, Zeferino
tinha acordado bem cedo, ou pelo hábito adquirido ou pela ansiedade do encontro.
O
estado do tempo parecia colaborar com o plano que desenhara. Preparou-se sem
pressas, saiu de casa e apanhou o autocarro que o levou até à Porte D`Orléans onde apanhou o Metro até à estação Saint-Germain-des-Prés. Saiu da estação e depois de consultar nos seus apontamentos as indicações que Emeralda lhe havia dado ao telefone, continuou o percurso, agora a pé, até à Rue de Jacob, na Île-de-France. Parou
em frente do prédio indicado como sendo a morada dela. Deu um toque na campainha.
Emeralda atendeu e respondeu pelo intercomunicador que ia descer. Pareceu
notar-lhe um ligeiro tremor na voz, mas como era disso que estava à espera
(ele também estava nervoso) decidiu não o valorizar. Teria muito tempo para a observar fora do ambiente
fechado de um compartimento do comboio onde se haviam conhecido.
Quando
Emeralda apareceu Zeferino achou-a deslumbrante, pelo menos a seus olhos que
não estavam habituados a cenários idílicos nem a cortes de alta-costura. O
batom que lhe realçava ainda mais os lábios, devolveu-lhe, aos olhos dele,
um ar inatingível que estava esbatido desde a separação na Gare du Nord, uns dias antes.
Pareceu-lhe que estava perante uma bela mulher, mais velha, mais senhoril e
muito para além da segurança e da maturidade que tanto o haviam impressionado.
Ela
já conhecia Paris. Ele só conhecia os locais que visitou no belo passeio que o
seu avô lhe tinha proporcionado sexta-feira passada e também aqueles que tinha visitado sozinho no sábado. Decidiram, entretanto, sentar-se na
esplanada do Café Le Pré aux Clercs, que ficava na esquina do cruzamento da Rue de Jacob com a Rue Bonaparte. Enquanto ela bebia um
sumo de laranja natural e comia uma torrada bijou, aproveitaram para analisar o mapa da cidade
para definirem ou locais que iriam visitar nesse dia.
Optaram
por começar com um passeio no Rio Sena num dos barcos "Les Vedette du Pont-Neuf".
A manhã estava perfeita, o sol anormalmente quente de Abril. Ao entrarem no barco ouvia-se a voz rouca e quente de Édith Piaf em música de ambiente que se apoderou subitamente da mente de Zeferino. Ficou deslumbrado e mesmo muito emocionado com este quadro que lhe pareceu perfeito, edílico e maravilhoso. Serei muito piegas ou um romântico envergonhado? Interrogou-se, enquanto olhava ao seu redor.
O Rio Sena estava pouco agitado, as aves volteavam pelo barco e alguns vultos viam-se nas pontes, ora caminhando, ora tirando fotografias, outros turistas deambulavam pelas margens.
Este percurso proporcionou-lhes uma visão geral de alguns dos monumentos mais emblemáticos de Paris. Na margem direita viram o Museu do Louvre, a Praça da Concórdia e já depois de terem passado por baixo da Ponte Alexandre III, que é a ponte mais luxuosa de Paris e foi construída para comemorar a aliança franco-russa, surgiu-lhes a Torre Eiffel. Na margem esquerda viram o Museu d'Orsay e a Catedral de Notre Dame. Emeralda perspectivou desde logo uma visita a alguns deles que ainda não conhecia.
Ao regressarem ao local de partida, mais ou menos entre a Pont Alexandre III e a Pont-Neuf, que é apesar de seu nome, a ponte mais antiga de Paris e foi a primeira ponte de Paris a ser construída com pedras, Emeralda virou-se para Zeferino e disse:
A manhã estava perfeita, o sol anormalmente quente de Abril. Ao entrarem no barco ouvia-se a voz rouca e quente de Édith Piaf em música de ambiente que se apoderou subitamente da mente de Zeferino. Ficou deslumbrado e mesmo muito emocionado com este quadro que lhe pareceu perfeito, edílico e maravilhoso. Serei muito piegas ou um romântico envergonhado? Interrogou-se, enquanto olhava ao seu redor.
O Rio Sena estava pouco agitado, as aves volteavam pelo barco e alguns vultos viam-se nas pontes, ora caminhando, ora tirando fotografias, outros turistas deambulavam pelas margens.
Este percurso proporcionou-lhes uma visão geral de alguns dos monumentos mais emblemáticos de Paris. Na margem direita viram o Museu do Louvre, a Praça da Concórdia e já depois de terem passado por baixo da Ponte Alexandre III, que é a ponte mais luxuosa de Paris e foi construída para comemorar a aliança franco-russa, surgiu-lhes a Torre Eiffel. Na margem esquerda viram o Museu d'Orsay e a Catedral de Notre Dame. Emeralda perspectivou desde logo uma visita a alguns deles que ainda não conhecia.
Ao regressarem ao local de partida, mais ou menos entre a Pont Alexandre III e a Pont-Neuf, que é apesar de seu nome, a ponte mais antiga de Paris e foi a primeira ponte de Paris a ser construída com pedras, Emeralda virou-se para Zeferino e disse:
- Não
existe sítio em que me sinta tão invadida por Paris, como no Rio Sena aqui na
Ile de france, entre estas duas pontes.
-
Como é que nos conseguimos esquecer que estes paraísos existem e... estão aqui
agora tão perto de nós? Perguntou
Zeferino, imbuído naquele espírito intimista.
-
Da mesma forma que nos esquecemos que as melhores coisas da vida são muito
simples. Como tu por exemplo... Respondeu
ela numa voz serena e envolvente.
Zeferino sentiu um ligeiro toque, pressentindo nestas palavras uma
intimidade mais ou menos dissimulada. Ficou completamente extasiado.
Esforçou-se por controlar-se e à espera que ela avançasse.
Ela
percebeu! Mais madura e adulta do que ele foi-se aproximando muito lentamente.
Olhou-o nos olhos, saltando de um para o outro, num jogo de hipnotismo que lhe pareceu devastador.
Ele imitou-a e o tempo que demorou a encostar os seus lábios nos dela pareceu-lhe a viagem para o paraíso...
(continua...)
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