Começo por deixar aqui esta quadra de
António Aleixo que, de certeza, todos conhecem. Reparem bem se não tem muito
daquilo que é a actualidade deste país à beira mar plantado.
Diz assim:
Quem nada tem, nada come;
e ao pé de quem tem comer,
se disser que tem fome,
comete um crime, sem querer.
Depois deixo (é inevitável) este pequeno
desabafo.
Tenho para mim que a corrupção em Portugal
não acontece apenas porque há alguns vigaristas que corrompem. Ela apareceu,
permaneceu e prosperou porque houve e continua a haver aqueles que se "deixam" corromper. Estes, são indivíduos (profissionais da política normalmente vindo das “jotas” dos respectivos partidos) que se apropriam indevidamente da
democracia e da ingenuidade de quem sistematicamente continua a votar neles.
Pela minha parte, acho que - neste país
cada vez mais injusto do ponto de vista económico, político e social – chegou a
altura de dizer basta e de sermos capazes enquanto povo de mostrar que não
queremos mais esta situação. Aquilo que sustenta os corruptos é o nosso
silêncio e a nossa incapacidade de imaginar uma solução radicalmente diferente
da rotatividade “contentinha” que temos vivido nos últimos 40 anos
entre os mesmos grupos de interesses.
Por último, e para adocicar tudo isto,
convido-vos a ouvir aquele que é um dos clássicos mais tocados de sempre: O Adágio de
Aranjuez, de Paco de Lucía.
Não sei nada de música! Só sei que esta me
acalma, me acolhe a alma e me ajuda a viver, como diria Marisa Monte, em Amor I Love You. Talvez porque cada
nota é dedilhada com tal rapidez e de forma tão límpida que tenho de me
concentrar totalmente, esquecendo tudo o resto... É lindo!
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