Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.
Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!
domingo, 30 de novembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
Paco de Lucía Concierto Aranjuez - Adagio
Começo por deixar aqui esta quadra de
António Aleixo que, de certeza, todos conhecem. Reparem bem se não tem muito
daquilo que é a actualidade deste país à beira mar plantado.
Diz assim:
Quem nada tem, nada come;
e ao pé de quem tem comer,
se disser que tem fome,
comete um crime, sem querer.
Depois deixo (é inevitável) este pequeno
desabafo.
Tenho para mim que a corrupção em Portugal
não acontece apenas porque há alguns vigaristas que corrompem. Ela apareceu,
permaneceu e prosperou porque houve e continua a haver aqueles que se "deixam" corromper. Estes, são indivíduos (profissionais da política normalmente vindo das “jotas” dos respectivos partidos) que se apropriam indevidamente da
democracia e da ingenuidade de quem sistematicamente continua a votar neles.
Pela minha parte, acho que - neste país
cada vez mais injusto do ponto de vista económico, político e social – chegou a
altura de dizer basta e de sermos capazes enquanto povo de mostrar que não
queremos mais esta situação. Aquilo que sustenta os corruptos é o nosso
silêncio e a nossa incapacidade de imaginar uma solução radicalmente diferente
da rotatividade “contentinha” que temos vivido nos últimos 40 anos
entre os mesmos grupos de interesses.
Por último, e para adocicar tudo isto,
convido-vos a ouvir aquele que é um dos clássicos mais tocados de sempre: O Adágio de
Aranjuez, de Paco de Lucía.
Não sei nada de música! Só sei que esta me
acalma, me acolhe a alma e me ajuda a viver, como diria Marisa Monte, em Amor I Love You. Talvez porque cada
nota é dedilhada com tal rapidez e de forma tão límpida que tenho de me
concentrar totalmente, esquecendo tudo o resto... É lindo!
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís de Camões
Luís de Camões
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Para relaxar...
É mesmo isso!
E logo agora que tinha um post já preparado (mais um) sobre o que penso desta "figura" da política portuguesa resolvi não o publicar.
A razão é simples: preciso de relaxar desta overdose de informação à volta Sócrates.
Está tudo dito e redito.
Esqueçam as notícias tristes do fim de semana e concentem-se nesta música. Ela é terapêutica...
sábado, 22 de novembro de 2014
A confissão na Igreja Católica…
Nota prévia:
Já tive a oportunidade de aqui tecer algumas considerações
sobre a confissão e de explicar em pormenor as razões que me levaram, desde tenra
idade, a recusar-me a "alinhar" neste ritual...
Como sabem, na confissão, o crente expõe ao
padre o que fez de “mal” e que (perante a igreja católica) é considerado como pecado.
Normalmente o padre ouve com atenção e no final aplica a “pena” de absolvição
dos pecados e que passa por uma penitência de reparo dos danos
causados. Alguns padres, sobretudo nos pequenos meios do interior do País, usaram desde sempre este “culto”
para obterem informações privadas e íntimas que posteriormente aproveitavam da forma mais conveniente
para si próprios…
A anedota que se segue (com alguns cortes convenientes, pois não posso colocar a bolinha vermelha no canto superior direito) não é da minha autoria mas satiriza de forma eficaz e oportuna esta cerimónia religiosa.
"– Perdoe-me, padre, porque pequei.
– Confessa tudo, minha filha...
- O João é um filho da p***!
- Não digas isso, minha filha, todos nós somos irmãos...
- Mas padre, o João tirou-me a blusa!
- Repara: eu também ta vou tirar. Achas que eu sou um filho
da p***?
- Claro que não, mas ele também me tirou o soutien...
- Olha: também to vou tirar e não sou um filho da p***, pois
não?
- Não. Mas ele depois tirou-me a saia...
- Eu também, mas não sou um filho da p***...
- ... e a roupa interior...
- Também eu e não sou nenhum filho da p***!
- Padre: ele abusou de mim...
- E eu vou fazer o mesmo!
(...)
- Ufa... Então? Achas que isto faz de alguém um filho da p***?
- Ufa... Então? Achas que isto faz de alguém um filho da p***?
- Mas padre, ele depois disse-me que tem Sida...
- GRANDE FILHO DA P***!"
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
sábado, 15 de novembro de 2014
Fechou-se um ciclo...
Hoje, 15-11-2014, neste dia de outono em que o vento e a
chuva me deixam algo nostálgico apetece-me transmitir-vos, embora com algum
atraso, tudo aquilo que pensei (e escrevi) no meu último dia de trabalho - dia
3 de Julho de 2013.
Hoje, ao fim de trinta e seis anos de trabalho
profissional, quebrou-se para sempre a rotina de me levantar, tomar banho, barbear,
vestir e olhar-me uma última vez no espelho para ver se não faltava nada e
apresentar-me ao serviço na EB 2/3 de Valadares.
Em vez disso, após os cuidados de higiene habituais, vesti uma
camisola de manga curta e uns calções, calcei umas sapatilhas e fui até ao
passadiço para um saudável e oxigenante passeio desportivo. Regressei a casa e depois do
refrescante banho comecei a reflectir sobre esta mudança drástica mas há muito desejada.
Em jeito de despedida, que não o é, ocorrem-me apenas duas
palavras: agradecimento e remissão.
Agradecimento a todos aqueles que me acompanharam naquele longo percurso. Fico
eternamente grato a todos aqueles que comigo percorreram esta longa caminhada,
mesmo que alguns o tenham feito apenas por breves momentos (anos lectivos).
Sobretudo pela camaradagem, pela entreajuda, pela paciência com que suportaram
algumas das minhas impertinências, pela força de ânimo que me foram dando em
momentos de desânimo. Grato também a todas as escolas por onde passei e
trabalhei, por todas as realizações pessoais e profissionais que me permitiram
atingir.
Remissão pelas minhas falhas e pelas omissões cometidas. Por
não ter sido capaz de ter ido mais além quando era preciso, por qualquer
coisinha, não sei o quê mas há sempre qualquer coisinha...
Os bons momentos, guardá-los-ei para sempre.
Os "coices", que também os levei, não os esqueço
mas "deixei-os" para trás e em cada uma das escolas por onde passei.
Hoje, despojei-me do prazer e (às vezes) do fardo de ser
professor mas mantenho a “farda” para continuar a pugnar pelo prestígio da profissão
de professor, pela honra e bom nome daqueles que continuam no activo e abnegadamente
servem os alunos, mesmo sacrificando a própria família em muitas situações.
Agora vou descansar…
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
sábado, 8 de novembro de 2014
A Dança dos Grifos - Freixo de Espada à Cinta
Ao ver (e admirar) o vídeo que se segue fui automaticamente remetido
para o dia 30 de Agosto de 2012.
Nesse memorável dia, o Grupo 5.com deslocou-se, numa das suas
habituais viagens turísticas e gastronómicas, a Escalhão que pertence ao
Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, mas fica muito próximo de Freixo de
Espada à Cinta.
O destino final foi o Restaurante “O Lagar” que foi
caracterizado da seguinte forma por Alexandre
Ribeiro, economista, autor do livro "Economia
em contramão" e do blogue Em Contramão, na sua habitual crónica:
“O Lagar não é propriamente um restaurante,
mas muito mais um “lugar de afetos”… “É também uma simbiose perfeita entre o
rural e o urbano, a tradição e a modernidade. Um recuo ao século XVIII e a
afirmação do século XXI: uma casa muito antiga, excelentemente recuperada; a
arquitetura tradicional com o toque da decoração atual; alfaias e apetrechos
talvez com dois séculos a coexistirem com uma carta de vinhos apresentada num
ultramoderno IPAD”.
Depois de degustarmos uma excelente lagarada de bacalhau, “com o dito passado pelas brasas e esfiapado,
acompanhado de batata a murro e regado com azeite a preceito, empurrados por um agradável tinto da casa”, seguimos a nossa viagem (agora turística) até que
parámos no Miradouro do Alto da Sapinha.
Daí observámos, tal como o nosso cronista referiu, “ao fundo, bem lá no fundo, o rio Douro, com
o ancoradouro ocupado por um moderno navio-hotel; a leste os montes espanhóis,
a dar um ar de cosmopolitismo à agressiva paisagem; no ar, nas suas acrobacias
de caça, duas imponentes águias, quiçá reais, estavam a borrifar-se
completamente para os olhares dos mirones, que gostariam de as apanhar
estáticas, ao alcance das objetivas das máquinas fotográficas, de preferência
recortadas contra o azul do horizonte”.
Na altura não sabíamos mas as “duas imponentes águias, quiçá reais” provavelmente não eram águias. Seriam talvez os
Grifos no seu ritual de voo pelos céus desta belíssima região...
Apreciem agora a beleza da dança dos Grifos.
sábado, 1 de novembro de 2014
Uma incursão à infância...
Algures perdido no tempo da minha infância (fazia os onze
anos daí a um mês e meio) em pleno verão de 1964, recordo-me deliciosamente de
ter tido esta conversa:
Eu: estava aqui à tua espera. Sabia que ias à Fonte Romana
mais ou menos a esta hora.
L.C.: E então! Que me queres?
Eu: Queria ver-te nesse teu garrido vestido novo. Fica-te
bem!
L.C.: Foi a minha mãe que mo deu, agora que veio de férias. Comprou-o
nas Galeries Lafayette, em Paris, é giro não é!?
Eu: Tu ainda és mais bonita assim vestida.
L.C.: Ai, ai, a brincadeira… então o que queres?
Eu: Quero que sejas minha namorada.
L.C.: Depois de corar um pouco lá respondeu: Tá bem!
Eu: Então posso ir contigo à fonte.
L.C.: Não!!!
Eu: Bô!!! Então!? Agora somos namorados…
L.C.: Mas... mas... estás a ver… assim logo na primeira vez...fica mal. Não vais.
Eu: (Sem perceber lá muito bem o que era “isso” de ser a
primeira vez). Pronto! Eu espero aqui por ti à porta de casa.
Passados 10 minutos L.C. lá veio de cântaro já cheio de água. Parou e disse: - Olha… é melhor acabarmos. A tua irmã pode
zangar-se comigo. Ela é minha amiga e pode não gostar.
Eu: Está bem.
E pronto. Foi assim que começou e acabou o meu primeiro
relacionamento amoroso.
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