Com
algum atraso (mais vale tarde do que nunca)
aqui
fica mais uma crónica de:
Alexandre
Ribeiro
10 de setembro de 2014
Quase 3 meses
depois do último almoço (ó malta temos de trabalhar a outro ritmo, assim não
pode ser. Qualquer dia o patrão despede-nos! O Grupo 5.com(e) desceu à Ribeira do Porto para festejar a entrada na
reforma do único elemento do grupo que, apesar de inativo, ainda estava no
ativo, e estava a estragar a estatística: o Alexandre.
Ufa!!!
Finalmente! - disse ele, que há tanto tempo ansiava por este dia.
O português é uma língua traiçoeira
O tempo
estava algo incerto, mas agradável para passear. O ponto de encontro foi na
estação de S. Bento, mas à hora combinada o Jorge estava à espera dos colegas…
na estação de Valadares. E assim se prova, mais uma vez, a extrema dificuldade
em pôr duas pessoas em sintonia, mesmo quando o tema é inócuo e a mensagem é
aparentemente transmitida na perfeição, não deixando dúvidas ao transmissor nem
ao receptor. Imaginem só as confusões que se poderiam gerar se houvesse uma
conjugação de circunstâncias que originassem um imbróglio.
A caminho da Ribeira
O caminho de
S. Bento à Ribeira, quer pela Mouzinho da Silveira quer pela rua das Flores
apresenta um intenso movimento que contrasta vivamente com o fluxo de pessoas
nessas ruas há uma dezena de anos atrás.
O casario degradado deu lugar a uma elevada percentagem de edifícios excelentemente recuperados.
O comércio mudou de ramo, centrando-se agora particularmente na restauração. Os portuenses que por aí vadiavam deram lugar a uma indescritível mistura de raças e de línguas, onde um poliglota não chega para as encomendas e um etnógrafo fica todo baralhado.
O casario degradado deu lugar a uma elevada percentagem de edifícios excelentemente recuperados.
O comércio mudou de ramo, centrando-se agora particularmente na restauração. Os portuenses que por aí vadiavam deram lugar a uma indescritível mistura de raças e de línguas, onde um poliglota não chega para as encomendas e um etnógrafo fica todo baralhado.
O que isto
mudou em meia dúzia e anos!!!
A Ribeira do Porto
A velha
Ribeira é a grande sala de visitas do Porto. A cada passo tropeçamos em
espanhóis, italianos, franceses e ingleses. Depois há aqueles que arranham uns
sons guturais que ninguém entende. E há aqueles de olhos em bico, elas com
sombrinhas de um euro, de usa e deita fora, certamente produzidos por garotos
de 8 ou 10 anos, que trabalham 15 horas por dia por uma malga de arroz,
naquelas oficinas indescritíveis que mais parece estarmos no meio de aterro
sanitário com cobertura a telhas de fibrocimento.
A Ribeira fervilha
de vida e o Douro é uma passerelle de pequenos barcos a fazer o cruzeiro das 6
pontes, por 10 euros.
Do outro lado do rio destaca-se o cais de Gaia, a pedir meças à Ribeira do Porto em beleza e movimento, com o Yeatman sobranceiro no cimo da colina, de onde se observa um Porto singular a partir de um posto de vigia privilegiadíssimo.
Do outro lado do rio destaca-se o cais de Gaia, a pedir meças à Ribeira do Porto em beleza e movimento, com o Yeatman sobranceiro no cimo da colina, de onde se observa um Porto singular a partir de um posto de vigia privilegiadíssimo.
Ter amigos e usufruir das vantagens de
passar à reforma
Num dos
muitos bares/restaurantes para turista regalar a vista e apreciar a nossa
gastronomia, tomamos uma bebida. O grupo
aproveitou para oferecer ao Alexandre
um livro sobre economia, para ele aprender mais alguma coisa dessa arte esotérica, para muitos uma adivinhação de quem pouco sabe, pois estão sempre a
falhar os prognósticos. A prenda foi complementada com um CD da Ana Moura – “Leva-me
ao fado”, um bestseller da canção nacional. Surpresa para o homenageado, que
não esperava nada daquilo.
E vamos ao que aqui nos trouxe
Estava na
hora da papa e o objetivo seguinte foi arranjar o melhor poiso. Escolha deveras
difícil, tal a variedade da oferta. Mas a maior parte dos lugares de varanda
virada para o rio eram mesas para duas pessoas
e o cardápio era próprio para
turista provar e pagar.
Acabamos por
fazer uma escolha nem carne nem peixe; nem tasca nem muito requinte; nem caro
nem barato. O preço por pessoa ficou abaixo dos 20 euros, mas sem sobremesas e
com a opção por cerveja em vez do vinho. O serviço foi muito demorado, pois em
lugar de optarmos pelo prato do dia escolhemos pratos complicados: filetes de
bacalhau e polvo à lagareiro.
Durante o
repasto tivemos direito a 2 concertos a solo por verdadeiros artistas,
estrangeiros, com aparência de romenos.
Igreja de S. Francisco
Findo o
repasto, e antes de regressarmos a casa, fomos tentados a uma visita à igreja
de S. Francisco. Deparamos com 2 seguranças, que nos queriam esfolar 3 euros e
meio a cada um para dar uma mirada à igreja, às catacumbas e ao museu. Optamos
por seguir o exemplo de uma turista brasileira, que deu meia volta e terá ido
gastar os euros noutras paragens. Ou noutras viagens, pois mesmo aqui passam
imensos autocarros turísticos, daqueles descobertos que dão a volta à cidade e
que ainda há dois ou 3 anos só conhecíamos das visitas a cidades estrangeiras.
O que o Porto
mudou em meia dúzia e anos! E não passamos da Ribeira.
Valadares, 10 de Setembro de 2014
O secretário/cronista
Alexandre Ribeiro
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