Acabei de ler recentemente o livro de José Rodrigues dos Santos, “Um
Milionário em Lisboa”.
Li-o com a sofreguidão de quem tem fome, de quem tem sede
de saber mais ou com a pressa do maratonista que quer chegar ao fim o
mais rapidamente possível.
Este livro dá continuidade ao livro anterior do mesmo autor - o “Homem de Constantinopla”- que
também devorei com a voracidade de quem quer coscuvilhar a vida fabulosa e envolvente
do homem que viria a transformar-se no mais rico do planeta da sua época - Calouste
Gulbenkian (a quem chamavam o senhor 5%, devido à forma peculiar como se envolveu nos negócios na área do petróleo).
São dois livros fabulosos onde se pode recordar e, sobretudo,
actualizar muito daquilo que aprendemos no liceu pois ao mesmo tempo que vamos
lendo, vamos também assimilando alguns dos contornos da história
e da política que se foi desenvolvendo na Europa e no Médio Oriente ao longo
da primeira metade do século XX.
De facto, ao contar a história de Calouste Gulbenkien (que nasceu
numa família de abastados comerciantes arménios de Constantinopla (Istambul) e morreu em Lisboa onde deixou uma Fundação com o seu nome) o
escritor vai também descrevendo, de forma empolgante, os acontecimentos mais relevantes
e transformadores da história, da geografia, da política, da guerra, da economia, da arte
e da engenharia dos negócios que ocorreram nesse período.
A forma engenhosa como, nestes dois livros, José Rodrigues dos Santos narra o horror da perseguição e quase extermínio do povo Arménio durante a primeira Guerra Mundial e a carnificina (sobretudo de Judeus) durante a segunda Grande Guerra, ao mesmo tempo que vai descrevendo a vida de Gulbenkien e a maneira empolgante como encadeia todo o enredo que envolve tragédia, beleza, arte e fortuna é de tal forma invulgar e perfeita que nos leva a ler compulsivamente e com uma vontade enorme de chegar ao fim...
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