Nota Prévia:
Mais uma excelente
crónica de Alexandre Ribeiro.
Desta vez ele internacionaliza-se J com a descrição deste
Desta vez ele internacionaliza-se J com a descrição deste
passeio turístico a terras de nuestros hermanos.
8 de Outubro de 2014
Correndo
atrás do tempo perdido (este ano a performance gastronómica do grupo deixa um
pouco a desejar, que o diga o Mota) os
5.com(e) em boa hora aceitaram a sugestão do Jorge e resolveram ir até à
Guarda saborear os deliciosos mariscos da costa galega. Está bem de ver que não
se trata da nossa Guarda, mas da espanhola, mesmo em frente a Caminha, do outro
lado do rio Minho.
Quando o
castelhano era língua obrigatória em Espanha a cidade era La Guardia. Agora que
o galego passou a ter honras de língua local passou a chamar-se A Guarda. E o
Monte de Santa Tecla passou a ser Santa Trepa. Esta custa mais a engolir.
Fácil é
constatar a proximidade entre o galego e o português, que se reconhece em vários
vocábulos locais: aqui também se diz “auga”
como antigamente se dizia nas nossas aldeias; “munho” também ouvia eu dizer na minha terra quando era pequeno; o “lá em riba” cheira mesmo a português
arcaico, tal como o “x” galego faz
lembrar a pronúncia transmontana que transforma o “ch” em “tch”.
De Coimbra à
Corunha poderia existir um país autónomo, independente, com um povo formando
uma nação com maior unidade que Portugal ou Espanha. Os minhotos, transmontanos
e beirões têm mais afinidades com os galegos que com os alentejanos e
algarvios. Tal qual o que separa galegos e castelhanos, onde são grandes as
rivalidades e escassa a proximidade.
A Guarda
A Guarda é
uma cidade costeira, a mais meridional da Galiza. Uma cidadezinha de
passagem
para quem vem de Baiona para Portugal, que não atrai visitantes apressados,
ofuscados pela beleza e proximidade daquela vetusta cidade. E assim se passa ao
lado de uma pequena pérola sem lhe dar o real valor, qual ostra escondida na sua
concha, que só se descobre quando se desce até à parte baixa da cidade e se
depara com um pequeno mas gracioso porto de abrigo, curiosamente sem navios à
vista, protegido por um molhe com abertura estreita, para evitar males maiores
em dias de tempestade.
A marginal é
lindíssima, com casario a dois passos da água e ruas em sobe e desce, a
contornar as rochas que dão à praia uma forma irregular mas diferente e
cativante.
A zona sul é
pejada de restaurantes onde a lista é, naturalmente, recheada de peixe e
mariscos.
(Continua...)
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