Ontem, numa reunião gastronómica cuja ordem de trabalhos foi
dedicada quase exclusivamente ao leitão, um dos amigos aí reunidos saiu-se com esta pergunta
(enquanto se dedicava com fervor e paixão à arte de bem desossar a tenra carne
das costelas do dito):
- Vocês ouviram ontem
o Paulo Portas?
- Eu já nem posso ouvir
esse gajo! Respondeu de pronto o amigo do lado, enquanto
limpava os beiços
com um guardanapo
- Ããhh! sim!? E o que
é que ele disse? Questionei eu
- Veio insinuar que
foi devido a ele, e à sua acção política, que os pensionistas até aqui afectados
pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade irão deixar de a descontar a
partir deste mês de Janeiro de 2015! É preciso ter lata!!!
- Então não foi o
Tribunal Constitucional que chumbou esta medida e que obrigou o governo a
devolver, já a partir deste mês, aquilo que nos estavam a roubar!? Questionou,
indignado o mais velho dos membros do Grupo 5.com(e)
- Claro que foi! Mas…
não nos podemos esquecer que vamos ter eleições e, portanto, ele o que quer é
tirar proveito próprio daquilo que foi obrigado a fazer – respondeu o
quinto elemento por sinal o mais calado e o mais portista de todos os portistas
A “reunião” continuou assim descontraidamente, cada um fazendo a
sua reflexão à volta deste tema e de outros da actualidade política e desportiva
nacional.
Quando cheguei a casa não pude deixar de continuar a pensar
neste assunto.
De facto, a Contribuição extraordinária de solidariedade foi
apenas mais uma das medidas a que este Governo deitou mão (por ser mais fácil e
acessível) para impor uma economia política da austeridade.
Com o argumento de que esta era a solução única, obrigatória
e incontornável o governo do qual Paulo Portas faz parte, foi impondo outras
medidas das quais destaco a sobretaxa no IRS e os cortes salariais
extraordinariamente ordinários. Entretanto foram tomadas outras a que já lhes
perdi a conta e que não foram mais do que confiscos a que nos sujeitaram e
foram percorrendo o seu percurso. Uns foram chumbados, outros inexplicavelmente
viabilizados pela permeabilidade do Tribunal Constitucional, mas todos eles
foram julgados à luz do nosso direito e em sede própria.
Ora, apesar de todos os elementos que compõem o Grupo 5.com(e)
começarem já a sentir problemas de ADN
(Afastamento da Data de Nascimento), todos ainda se lembram da violência com
que o Governo reagiu ao chumbo do Tribunal Constitucional à tentativa de imposição
definitiva da Contribuição Extraordinária de Solidariedade.
Daí a nossa reacção espontânea e a nossa indignação contra esta tentativa oportunista de Paulo Portas de querer apropriar-se dos
benefícios eleitorais desta medida…
Nem parece teu. Durante e depois de um repasto com a QUALIDADE que descreveste ainda desvalorizas o leitão com "ferramentas" de classe duvidosa e de meia "tigela". Tiveste sorte, entre o excelente e o medíocre, não teres "desenvolvido" uma congestão.
ResponderEliminarMAFreire
O leitão "à Paulo Portas" é mesmo assim. O leitão é sempre bom... o Portas é sempre indigesto. Mas tens razão... não devia ter vindo a "ruminar" para casa num animal desses depois de me ter deliciado com o leitão :-)
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ResponderEliminarComo sempre acutilante e certeiro nas tuas escritas.
Decerto que ainda espera que certos papalvos o sigam para não ir de "táxi" para casa no dia das eleições. E são estes os políticos sérios que nos governam.
Como eleitores, não crentes nesta cambada,valham-nos os nossos encontros onde o isolado desportista sulista continua em grande.
Um abraço . Rogério
Bem aparecido por aqui, amigo! O “culpado” deste post foste precisamente tu, ao introduzires o tema Portas… esse famigerado político das feiras e da “banha da cobra”. Só não estragou o nosso repasto porque o leitão estava uma delícia e… para repetir, como diria o nosso Pinto da Mota.
EliminarMas, olha que sou do Norte e Transmontano como tu, “carago”, mas também um “bom chefe de família”- portanto - benfiquista :-) Um abraço