Agora que estou longe do reboliço dos horários, agora que os toques estridentes
da campainha já não me chamam, agora que as horas, os minutos e a loucura exasperada dos relógios já não me controlam, agora que as reuniões intermináveis e as regras
impostas pelo trabalho diário já não me perturbam, permanecer aqui nesta minha sossegada e plácida realidade tem um sabor agridoce e deixa-me com sentimentos contraditórios.
Por vezes o tempo que tenho para passar e ocupar o tempo é tão penoso que provoca a minha fuga constante. Por vezes até penso que vou passar o tempo a negar o tempo, as horas, os minutos e os segundos
dos dias que me restam. Outras vezes desejo não estar aqui e vou para ali a pensar que nunca voltarei mas... a desejar voltar o mais rapidamente possível.
Hoje, ao acordar, não queria acordar, nem colocar os pés no
chão e voltar à rotina cinzenta dos dias...
Apetecia-me negar o tempo que passa vagarosamente, partir-lhe
os ponteiros, quebrar-lhe as asas. Apetecia-me fazer tudo isso e muito mais.
Mas nada do que fizesse adiantaria, porque voltar à realidade é sempre uma inevitabilidade e, pensando melhor (a meio da manhã e já bem desperto), também cheguei à conclusão que tenho um tempo que, por ser bom demais, passa muito rapidamente. E tenho tanta, mas tanta, coisa boa para amar, apreciar e desfrutar... ainda por cima com todo tempo do mundo
Olá amigo
ResponderEliminarHá já algum tempo que não visitava o seu blog e de repente pensei.... alto, o que é que se passará para tanto pessimismo?
Mas logo mudei de opinião assim que me apercebi que o meu amigo tinha acordado......
Vê o dormir nem sempre faz bem!!
Tenha um bom dia e até outro dia.
Um abraço.
Pois! Caro amigo (ou amiga?) anónimo(a) o problema é mesmo esse... o anonimato das pessoas, das coisas e, sobretudo, de tudo aquilo que o TEMPO nos dá (e nos tira) de bom e de mau.
ResponderEliminarUm ABREIJO até ao meu anonimato :-)
Amigo Bernardino,
ResponderEliminarNeste “espaço” que tu, e bem, também criaste, se te conhecem como eu te conheço, sabem e gostam que o que escreves é, apenas, tudo aquilo que sentes e não o que algumas “MÁSCARAS” gostariam que tu escrevesses.
O anónimo é, no meu “ESPAÇO”, um amig(o) pois sabe o que sente ao dizer o que diz dos teus “DESABAFOS”. Acredita que é um mais um, como eu, que agradece e aprende, no “SEU SILENCIO”, muito com a partilha da tua vivência.
Eu sei que estás sempre “ACORDADO” e sobretudo….. “ATENTO”.
1 grande abraço amigo.
MAFreire
Amigo “Manel”!
EliminarObrigado pelo apoio e pelo incentivo que as tuas palavras me dão para continuar com este nosso espaço…
Com o que escreveste, acrescentaste-me muito e provavelmente contribuíste para a multiplicação dos meus textos. Vamos ver.
Não concordo é com a forma anónima das pessoas se manifestarem, mesmo concordando com o conteúdo do que dizem. Fiquei extremamente curioso (ansioso mesmo) de saber quem é a pessoa que se esconde atrás do seu anonimato… parecendo conhecer-me tão bem! Dizes tu que é um amig(o)! Também pode ser uma amiga, ou não???
Um grande abraço, com muita estima e consideração.
Amigo Bernardino!
EliminarSim, usar a escuridão do “ANONIMATO” estou de acordo contigo. Sou da tua opinião. Mas neste caso específico, o "anónimo" não tem, nem a intenção nem o significado daqueles que se refugiam nesta capa para não assumirem as suas frustrações. Por isso aqui o "teu anónimo" não tem nada a ver com esta definição e mau caracter, tem sim a ver com a tua sensibilidade e transparência, qualitativa, com o que , connosco, partilhas. Quanto ao ser um amigo e não uma amiga, como dizia a minha avó Freire, é este dedo "nedinho" que adivinha.
1 grande Abraço
MAFreire
Essa do dedo "nedinho" fez-me sorrir e, sobretudo, recordar-me da minha avó Margarida que tanto usava essa expressão!!!
EliminarSó por isso já valia a tua mensagem. Mas não só. É também uma forma interessante de nos mantermos em contacto, já que não tem sido possível de outras formas.
Um abraço