Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.
Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Passadiço (Aguda-Espinho-Aguda) - VII
Não
sei porque em ti corro
e
te percorro…
Talvez
pela beleza que te envolve
e
alimenta os meus sonhos…
Ou
se é por aqui queimar as calorias
que
me abrasam as entranhas…
Sei
que a chama que aqui vibra nos meus olhos
me
ilumina este caminho alucinante…
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato
morro
no momento por que luto
nasço
Mia Couto
Setembro 1977
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Cogitações à beira-mar...
Há cerca de um mês que não fazia a minha habitual corridinha de 10
km (Aguda-Espinho-Aguda). Sentia-me algo perdido dentro de mim e com sentimentos de culpa.
Depois de deixar a Amélia Joaquina no ginásio, fui sentar-me num dos dois bancos
que se encontram encostados à parede da lota virada para o molhe da Aguda. O Sol, aquela hora, descia rapidamente pousando nas águas lá na linha do horizonte. Não havia
vento. Quase não havia brisa. As redes, que os pescadores arranjavam, ondulavam
devagarinho e as gaivotas levantavam voo, ouvindo-se perfeitamente o bater das
suas asas. Parece que queriam livrar-se dos homens e das suas manias, voando e fugindo
das objectivas das máquinas fotográficas que as perseguiam. Voavam de forma errante
parecia-me, mas talvez com sentido para elas. As aves não voam só porque lhes
apetece. Voam para fugir dali, voam para ir a qualquer lado, e o problema é meu
se não lhes entendo o sentido do voo.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Natal dos Simples - José Afonso
Hoje evoco aqui o saudoso Zeca Afonso e, simultaneamente,
uma antiga tradição: “as Janeiras”.
Recordo-me que, ainda miúdo, ia cantar as
Janeiras juntamente com um grupo de amigos nos primeiros dias do mês de
Janeiro. Por regra, levava uma pandeireta pois não tinha muito boa voz.
Normalmente íamos cantar a casa dos vizinhos e às casas das ruas
mais próximas. De um modo geral, eramos bem recebidos pelas pessoas visitadas
que assim colaboravam na manutenção desta tradição. Para além de nos desejarem a
todos um bom ano ofereciam-nos alheiras, salpicões, chouriças, filhoses e “bôlas”
de azeite, à boa maneira transmontana.
Nós correspondíamos às pessoas que nos recebiam bem, mais ou menos assim:
Esta
casa é tão alta
é
forrada de papelão
aos
senhores que cá moram
Deus
lhe dê a salvação...
E
aos (poucos) que não colaboravam cantávamos desta forma:
Esta casa é tão alta
é forrada de madeira
aos
senhores que cá moram
Deus
lhe dê uma caganeira…
:-)
:-)
sábado, 11 de janeiro de 2014
UHF - Vernáculo
Dois amigos de longa data enviaram-me, por email, este vídeo arrebatador.
Veio mesmo a calhar! Ele está na minha "onda" e vem dar uma sequência lógica ao teor e conteúdo dos últimos três posts deste blogue. Mas, evidentemente, está apresentada numa versão melhorada e elevada a uma qualidade de intervenção superlativa.
Veio mesmo a calhar! Ele está na minha "onda" e vem dar uma sequência lógica ao teor e conteúdo dos últimos três posts deste blogue. Mas, evidentemente, está apresentada numa versão melhorada e elevada a uma qualidade de intervenção superlativa.
Aproveito-o, deixando-o aqui por tudo isso mas também porque ele é emocionante, actual, importante (pelo momento que se vive) e muito bem conseguido. É, de facto, um excelente trabalho dos UHF- o melhor para mim.
Mostra-nos como a música pode e deve ser usada em tempos de crise social e política.
Por analogia, fez-me lembrar a música de intervenção do Zeca Afonso e do Sérgio Godinho, bem como dos poemas de Ary dos Santos e da grande Natália Correia, que tiveram um papel fundamental para o “despertar” da mentalidade democrática de muitos jovens da minha geração.
Por analogia, fez-me lembrar a música de intervenção do Zeca Afonso e do Sérgio Godinho, bem como dos poemas de Ary dos Santos e da grande Natália Correia, que tiveram um papel fundamental para o “despertar” da mentalidade democrática de muitos jovens da minha geração.
Estas palavras, assim ditas e cantadas, são como que um grito de revolta num tempo e num País cujo povo está acomodado, submisso e resignado a esta escravidão que nos é imposta pela toika estrangeira e pela troika nacional (como diz, com graça, Jerónimo de Sousa).
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Reparem neste aldrabão!
Sócrates é do
Benfica por causa de Eusébio! Ou a desfaçatez, a calma e a "lata" com que ele
mente!
Diria mesmo que este "gajo" está para a mentira como Eusébio
estava para o futebol.
Cada um na sua área são dois
génios. Eusébio a marcar golos. Sócrates a dizer mentiras.
Um sábado às 15 horas!
Na Covilhã a escola primária funcionava nas "férias grandes" e aos sábados de tarde?
Para terminar, e pela pertinência, permitam-me que cite uma das frases do meu último post: "É mais fácil apanhar um vigarista que um coxo. Sobretudo
quando esse vigarista também é coxo das ideias e mais um político de chinelo que veio dos jotas e que o “nosso”
sistema democrático permitiu que nos andasse a massacrar a “porca” da vida".terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Para o raio que os parta a todos!
Reuniram,
há uns dias atrás, os deputados que integram a delegação da comissão de
Economia do Parlamento Europeu que está a visitar os quatro países intervencionados
- Portugal, Grécia, Irlanda e Chipre - para elaborar um relatório de avaliação
da implementação dos programas de ajustamento da troika.
Nesta
primeira reunião esteve o ex-primeiro-ministro José Sócrates, que levou consigo
os seus ministros da Presidência, Pedro Silva Pereira, e da Economia, José
Vieira da Silva.
À saída dessa reunião nenhum destes “iluminados” quis tecer qualquer comentário sobre o que aí foi dito.
À saída dessa reunião nenhum destes “iluminados” quis tecer qualquer comentário sobre o que aí foi dito.
No entanto, o eurodeputado do PSD José Manuel Fernandes não esteve pelos ajustes e comentou: o programa desenhado por Sócrates em Abril de 2011 tinha objectivos irrealistas e inatingíveis e que por isso não se podem criticar as revisões que têm sido conseguidas pelo actual executivo. Esses objectivos originais tinham que ser revistos e essas revisões têm sido possíveis graças à credibilidade do Governo.
E
disse mais: Eu nunca vi José Sócrates assumir erros nenhuns. Os erros são sempre
dos outros, os erros são sempre dos mercados, só houve troika porque o PEC 4
não foi aprovado. Apetece-me dizer que só houve troika porque houve
um primeiro-ministro que era José Sócrates e porque havia um Governo do PS. Faz
todo o sentido que esta comissão de avaliação venha falar com o
primeiro-ministro que chamou a troika.
Reflectindo sobre o silêncio de Sócrates e sobre declarações de José Manuel Fernandes, a mim só me apetece dizer o seguinte:
É mais fácil apanhar um vigarista que um coxo. Sobretudo
quando esse vigarista também é coxo das ideias e mais um político de chinelo que veio dos jotas e que o “nosso”
sistema democrático permitiu que nos andasse a massacrar a “porca” da vida.
É de desaparecer de vergonha e de nojo.
Mas os ideólogos desta democracia de merda
persistem que é pelo voto que vamos lá... Vamos, vamos... mas é pró fundo. Pelo
voto (portanto por culpa nossa, logo, não podemos reclamar) temos apanhado de
tudo no topo do poder, ladrões, vigaristas, chefes de várias máfias, pedófilos, incompetentes, analfabetos com licenciaturas de domingo
e de equivalências, traidores coniventes com os nossos inimigos, mas também
políticos(!) que na sua adolescência e no início da sua vida adulta andavam pelas berças da terrinha
a calcorrear atrás das silvas, a limpar o rabo a calhaus e a fumar barbas de
milho, e agora têm contas lá fora (em off shores) ganhas em falcatruas de toda
a ordem, em lugares de chefia na banca e/ou em empresas privadas a que treparam como macacos depois de saírem do governo, à custa dos
votos imbecis dos democratas masoquistas que acham que é pelo voto que tudo se
resolve.
Para o raio que os parta a todos!
Ufff, desabafei!
domingo, 5 de janeiro de 2014
Eusébio
(1942-2014)
No dia da sua partida (5 de Janeiro de 2014), deixo aqui a minha pequena homenagem a um dos homens que mais alegrias me proporcionou na minha juventude.
Pronúncia do Norte
Há um prenúncio de morte
lá do fundo donde eu venho
os antigos chamam-lhe reilho
novos ricos são má sorte.
É a pronúncia do Norte
os tontos chamam-lhe torpe.
Hemisfério fraco outro forte
ai o dia não sejas triste
a bússola não sei se existe
e o plano talvez aborte.
Nem guerra, bairro ou corte
é a pronúncia do Norte
é um prenúncio de morte
corre o rio para o mar.
Não tenho barqueiro
nem em que remar
procuro caminhos
novos para andar.
Colheste os ramos
onde pousavam
da geada, ás pérolas
as fontes secar.
Corre o rio para o mar
e há um prenúncio de morte.
E as teias que vidram
nas janelas
esperam um barco
parecido com elas.
Não tenho barqueiro
nem em que remar
procuro caminhos
novos para andar.
E é a pronúncia do Norte
corre o rio para o mar.
E as teias que vidram
nas janelas
esperam um barco
parecido com elas.
Não tenho barqueiro
nem em que remar
procuro caminhos
novos para andar.
É a pronúncia do Norte
corre o rio para o mar.
lá do fundo donde eu venho
os antigos chamam-lhe reilho
novos ricos são má sorte.
É a pronúncia do Norte
os tontos chamam-lhe torpe.
Hemisfério fraco outro forte
ai o dia não sejas triste
a bússola não sei se existe
e o plano talvez aborte.
Nem guerra, bairro ou corte
é a pronúncia do Norte
é um prenúncio de morte
corre o rio para o mar.
Não tenho barqueiro
nem em que remar
procuro caminhos
novos para andar.
Colheste os ramos
onde pousavam
da geada, ás pérolas
as fontes secar.
Corre o rio para o mar
e há um prenúncio de morte.
E as teias que vidram
nas janelas
esperam um barco
parecido com elas.
Não tenho barqueiro
nem em que remar
procuro caminhos
novos para andar.
E é a pronúncia do Norte
corre o rio para o mar.
E as teias que vidram
nas janelas
esperam um barco
parecido com elas.
Não tenho barqueiro
nem em que remar
procuro caminhos
novos para andar.
É a pronúncia do Norte
corre o rio para o mar.
Pronúncia do Norte- GNR
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Patxi Andion
Há mais de quatro décadas que o ouço e continua a ser um dos meus cantores preferidos.
Ele canta o amor e a resistência. Dois temas que me tocam profundamente.
Com a sua voz rouca foi construindo uma imagem de cantor de protesto ao mesmo tempo que foi abraçando as causas transformadoras do nosso país. Antes do 25 de Abril foi aplaudido (também por mim) no Coliseu dos Recreios, que se encontrava completamente lotado. Recentemente surgiu num disco com Ana Moura e agora prepara-se para repetir a façanha em dois aguardados espectáculos, no grande auditório do CCB, em Lisboa, e na Casa da Música no Porto.
Com a sua voz rouca foi construindo uma imagem de cantor de protesto ao mesmo tempo que foi abraçando as causas transformadoras do nosso país. Antes do 25 de Abril foi aplaudido (também por mim) no Coliseu dos Recreios, que se encontrava completamente lotado. Recentemente surgiu num disco com Ana Moura e agora prepara-se para repetir a façanha em dois aguardados espectáculos, no grande auditório do CCB, em Lisboa, e na Casa da Música no Porto.
Deixo aqui a sua voz em Veinte Aniversario. Tema
emblemático de toda uma época.
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