Crónica de Alexandre Ribeiro
Aos 13 dias do mês de dezembro de 2012 teve lugar mais uma reunião ordinária desta associação (ou teria sido uma reunião desta associação ordinária?! – já estou confuso e de vez em quando troco tudo).
À hora
marcada (11 horas) o Bernardino e o Jorge já estavam à espera do Alexandre. Com
o seu característico boné (de retalhos, como o chapéu de um pobre arrancado de
um caixote do lixo) não há dúvidas de quem era o motorista. Daí seguiram para
casa do Rogério e, sem mais perda de tempo – urgia chegar depressa ao destino –
tomaram o caminho de Santo Ovídeo. A pressa era tanta que, por mais de uma vez, o
Bernardino (ou será Zeferino?! – confirma-se que já troco tudo) teve de guinar
à direita, perante os avisos avisados dos passageiros, pois queria seguir em
frente.
Chegados à
estação de metro havia que provisionar devidamente o andante, pois se fossem
cheques estavam todos carecas.
Alguém sabe como é que se carrega o andante? Olha que pergunta parva! Claro que todos sabemos.
Alguém sabe como é que se carrega o andante? Olha que pergunta parva! Claro que todos sabemos.
Claro que
deu barraca: como eram precisam duas viagens – ida e volta – o custo era um
euro e noventa. Era? Claro, mas só para quem sabe. Para quem não sabe fica por
2 euros e trinta.
Como? É
mesmo assim. Perguntem a quem sabe, que eu pelas explicações levo 50 euros à
horas (acho que este é o preço de tabela de um professor assim-assim, abaixo do
ordenado de um reles economista).
Mas
verdadeiro economista foi o Mota. Poupadinho, foi a pé de casa até à Trindade.
Poupou 95 cêntimos do bilhete do metro e ainda aproveitou para escolher o
bacalhau para o natal. Nós é que não fomos grandes amigos dele, porque se
tivéssemos decidido ir de táxi ter-lhe-íamos permitido poupar pr’aí uns 5 euros
(já dava para uma postinha de bacalhau). Mas no dia em que formos de
helicóptero ele vai poupar pr’aí uns 5 mil. Sim, porque vai ter de ir a pé por
não ter jogado no euromilhões. Mas a verdade é que com a técnica dele lá vai
acumulando euro a euro e nós, com tanta falta de pontaria para os números do
euromilhões, vamos ficando cada vez mais pobres. Mas que espere pela volta: no
final quem se vai rir somos nós. Mas para já é ele que sorri ao ver o porquinho
engordar. Para um infoexcluído não está mal.
Saídos
na Trindade, o primeiro destino foi a Loja do Dragão, em Sá da Bandeira, o que,
em condições normais, causaria alguma azia ao amigo Bernardino. Mas ele já está
tão habituado a estas comidas indigestas, que já nem lhe fazem cocegas no
estômago. E por aqui me fico. Prometo que hoje não bato mais no ceguinho (isto
não é sentido figurado).
Para abrir o
apetite fomos matar saudades, passando pelo mercado do Bolhão, que de degradado
só tem as instalações, porquanto as bancas estão cheias do bom e do melhor no
que respeita a peixe, legumes e fruta. Passamos como cão em vinha vindimada,
pois outras iguarias nos esperavam e o tempo urgia para não perdemos o lugar à
mesa. Esta atitude veio a revelar-se muito asizada.
À saída o
Alexandre e o Bernardino ficaram para trás e perderam-se do trio da frente. O
que valeu foi o olho de lince do Bernardino e a careca luzidia do Rogério, a
brilhar no meio da multidão, qual GPS com as coordenadas certas (desta vez)
para nos indicar a localização dos 3 fugitivos.
Finalmente,
chegámos ao destino: restaurante Antunes, na Rua do Bonjardim.
A
escolha da ementa foi, como de costume, consensual: pernil assado, regado com
um honesto tinto da Colina de Favaios, com o Jorge a pedir água, fazendo a
exceção (ou será a regra?! – ainda não começámos a beber e já estou confuso).
O
Mota aproveitou para fazer valer os seus conhecimentos e traduzi-los em
vantagem para nós. Chamou o empregado e disse-lhe que era amigo do antigo dono
da casa, o conhecido sr. Vale. Sem ouvirmos qualquer resposta do empregado
ficamos a saber que era novo na casa, pois pela sua expressão facial viu-se
claramente que o nome não lhe dizia rigorosamente nada. Agora admitem as
pessoas sem lhes dar formação e sem transmitirem a história da empresa, e
depois dá nisto.
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário