O serviço foi eficiente e
rápido, só dando tempo de trincar umas tostinhas amanteigadas, acompanhadas de
um raquítico pratinho de queijo, presunto e enchidos. Mas é fácil perceber o
porquê de tão minúscula dose: o pernil mais parecia uma pata completa de porco
avantajado, acompanhado de gostosa batatinha assada no forno e arroz. Só o
esparregado destoava pelo assumido sportinguismo, que mereceu um certo
ostracismo natural num grupo de portistas. Para quebrar o consenso o
benfiquista juntou-se aos portistas (quem diria!) e o Jorge deixou o grupo
habitual, correndo praticamente sozinho num verdíssimo relvado todo moderno, ou
seja, sintético.
No final da contenda, do
adversário (ou será amigo?! - cada vez estou mais confuso) pernil, ficou só o
osso, conforme atesta um fiel documento fotográfico que não me deixa mentir.
Para terminar a refeição veio
uma consensual rabanada típica do Antunes.
Quando veio a conta… uns
simpáticos 12 euros por cabeça, incluindo já uma boa gorjeta. Pelo preço, pela
quantidade e qualidade da comida, pela rapidez e simpatia do serviço, seríamos
levados a concluir que a recomendação do Mota surtira o efeito esperado. Mas ao
vermos a sala cheia ficamos a desconfiar que tal se ficasse a dever ao poder de
persuasão ou aos contactos do amigo Mota. Cheira-me que há outras razões a que
ele certamente será alheio.
Fomos tomar café ao Hotel D.
Henrique, no bar do 17.º andar, com uma soberba vista sobre o Porto e com uma
esplanada própria para aterrar um helicóptero, coisa que o mau tempo não
recomendava para o dia de hoje, tendo por isso de ficar adiada para outra
oportunidade. Ninguém deu por mal empregue os 2,70 euros do café.
No regresso à Trindade, debaixo
de uma irritante chuva molha-tolos a cair para o grosso, separamo-nos do Mota,
que foi cumprir o ritual de comprar o fiel amigo na que é, certamente, a melhor
casa de bacalhau da cidade. O Mota não faz a coisa por menos e faz ele muito
bem. Que lhe saiba pela vida!
O regresso a Valadares
cumpriu-se sem mais peripécias nem incidentes, pelo que se fica ansiosamente à
espera de nova oportunidade para aconchegar o estômago, neste tempo de vacas
magras onde uma refeição banal na companhia de amigos sabe muito melhor que um
jantar de gala em tempos de esbanjamento (que nos levou ao sítio onde estamos).
Por ser verdade e por me ter
sido pedido, procedi à elaboração desta ata, que saiu mais tipo romance que documento
oficial, mas que cumpre cabalmente (assim o espero) os fins para que foi
escrita. E para completar o bouquet será acompanhada de um interessantíssimo
documentário audiovisual a cargo do amigo Bernardino. Não sou como o S. Tomé,
que para acreditar precisa de ver: eu só preciso de ver para confirmar a minha
fé e para me deleitar. Por isso fico à espera do audiovisual, desde que não
avarie como o leitor de CD’s na viagem ao nordeste.
E o amigo Mota se quiser ver a
ata e a reportagem ao mesmo tempo que os outros, que compre um computador e que
aprenda a ler e-mails. Quem gasta tanto dinheiro em bacalhau e poupa em
transportes de metro para depois esbanjar em viagens em autocarro para Madrid
(muito mais caras que de avião), já devia ter comprado um computador, mesmo que
fosse um daqueles roubados e vendidos em segunda mão a preços muito em conta.
Fica a lembrança, com amizade.
O
secretário/cronista
Alexandre Ribeiro
Nota Final
E agora vejam o vídeo prometido (de preferência em full screen), que comprova tudo o que foi descrito
pelo arguto e competente cronista Alexandre!
A foto de apresentação do vídeo destoa um pouco, na minha opinião! Mas... enfim, pelo sorriso de satisfação dos "modelos" e pelo espírito natalício até apetece ser tolerante! Não acham?
A foto de apresentação do vídeo destoa um pouco, na minha opinião! Mas... enfim, pelo sorriso de satisfação dos "modelos" e pelo espírito natalício até apetece ser tolerante! Não acham?
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