Numa altura em que se vive um tempo de crise e de incerteza em Portugal é o
próprio governo português a defender que a juventude portuguesa tem na
emigração um futuro melhor. Ainda não há muito tempo o primeiro-ministro de Portugal aconselhou uma parte dos seus profissionais mais qualificados - os professores - a emigrar e a encontrarem oportunidades fora do nosso país.
Só no ano de 2011 emigraram 120 mil portugueses e desses novos emigrantes a grande maioria são jovens muito qualificados. O País investiu na sua educação e formação para agora desperdiçar essa mais valia "enviando-os" para o estrangeiro onde, claro está, são bem recebidos, acarinhados e aproveitados.
Regressamos assim a um tempo em que Portugal por motivos económicos, sociais e políticos, exportava em larga escala mão-de-obra para o estrangeiro.
Só no ano de 2011 emigraram 120 mil portugueses e desses novos emigrantes a grande maioria são jovens muito qualificados. O País investiu na sua educação e formação para agora desperdiçar essa mais valia "enviando-os" para o estrangeiro onde, claro está, são bem recebidos, acarinhados e aproveitados.
Regressamos assim a um tempo em que Portugal por motivos económicos, sociais e políticos, exportava em larga escala mão-de-obra para o estrangeiro.
Os governantes portugueses desconhecem (por falta de sensibilidade, ou por serem completamente destituídos e incompetentes?) que a emigração é um fenómeno que, para além das razões que a motivam, já em si muito negativas, tem consequências extremamente duras. Na realidade, quem emigra é obrigado a cortar raízes, a separar-se de quem mais gosta e a privar-se da sua terra, da sua língua e da sua cultura.
Para além de tudo isso, há ainda que ter em conta um problema que, sendo comum a todos os jovens adolescentes, se coloca de forma mais pertinente aos filhos dos emigrantes: o problema de identidade. De facto, eles sentem-se, por um lado, deslocados (desenraizados) na terra natal dos pais e, por outro, marginalizados no local onde vivem, por serem estrangeiros, ou considerados como tal. Ficam, naturalmente, marcados por estigmas afectivos e sociais que provocam, muitas vezes, um efeito nefasto na construção da sua personalidade, por se encontrarem divididos entre essas duas sociedades de normas e valores tão diferentes.
Foi inspirado nesta dura
realidade que resolvi escrever um conto a que dei o nome de: O neto do
emigrante em Paris.
É um pequeno conto baseado em factos reais e que publicarei aqui de forma faseada e com uma cadência de um ou dois posts por semana.
Obs: Inicio hoje a sua publicação para marcar simbolicamente o dia em que completo o 100º post deste blogue e, simultaneamente, o dia em que apresentei oficialmente o requerimento para a minha aposentação.
Obs: Inicio hoje a sua publicação para marcar simbolicamente o dia em que completo o 100º post deste blogue e, simultaneamente, o dia em que apresentei oficialmente o requerimento para a minha aposentação.
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