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domingo, 16 de setembro de 2012

Uma aventura – os cinco no nordeste (III)

Começa a aventura
O dia amanheceu cedo, pois o plano afinado na véspera era impositivo: “às 7 e 10 em ponto em casa do Jorge”.
 
À hora marcada surgiu o Bernardino no seu bólide "novo" (já com 12 anos, mas acabado de fazer a revisão) com o Rogério. Aproveitou a oportunidade para fazer a rodagem, fazendo lembrar o outro que foi fazer o mesmo à Figueira da Foz e daí em diante foi só subir até ao galho mais alto do poleiro. Força Bernardino! Os bons exemplos são para seguir. Torcemos por ti.
 
Da casa do Jorge seguimos para a casa do Mota, que já estava impaciente à nossa espera e farto de nos chamar nomes. Acalmou logo.
 
Vinte minutos depois estávamos a cumprir a primeira paragem constante do plano: um café nas bombas da Galp, na Auto-estrada para Amarante.
 
Como nada é perfeito nesta vida, os CD’s do Rogério (amorosamente preparados a pensar nesta viagem) ficavam mudos no leitor do carro do Bernardino. Falha técnica imperdoável, pois a música é uma das mais divinas componentes da vida. Frustrados mas não convencidos, o Bernardino, o Jorge e o Rogério tentavam trinta por uma linha para dar voz ao Quim Barreiros, Emanuel e quejandos. Mas sem sucesso.
 
Com o GPS foi quase a mesma coisa: o Rogério introduziu as coordenadas da longitude ao contrário. Em cada cruzamento a voz da sereia mandava-nos para a direção oposta. Mas o Rogério não se convencia. Só deu o braço a torcer quando já no destino (local do pequeno almoço) viu que o infalível indicava que faltavam ainda 8 horas de viagem para chegar a esse preciso local. Mais vale tarde que nunca.
 
Pequeno almoço
Tínhamos saído da auto-estrada no Padronelo, onde era intenção comprar o famoso pão da região para o pequeno almoço. Mas parece que a tradição já não é o que era: corridas várias padarias, umas estavam fechadas e outras só tinham pão comum. Casmurro e determinado, o Mota não aceitou o que lhe queriam impingir. A fome é negra mas não pode ser saciada de qualquer maneira. Há que manter os princípios. Em boa hora o fez, como se veio a constatar: já em Mesão Frio acabou por encontrar um pão tipo saloio que fez as delícias do pequeno almoço. Obrigado Mota.
 
No caminho para Mesão Frio surge à nossa frente uma azelha ao volante, que foi naturalmente objeto do genuíno e amplamente justificado escárnio masculino. Para evitar dissabores aproveitou-se uma curva da estrada e o surgimento de uma abandonada casa de cantoneiro para descolarmos da azelha, aproveitando para fazer a primeira (de várias) paragens técnicas (ver definição mais à frente).
 
Seguindo o roteiro pré-definido, o local do pequeno almoço foi o Monte de S. Silvestre, ponto de convergência de 4 distritos, com uma vista soberba sobre o Douro. A subida era uma rampa íngreme e de curvas apertadas, cenário ideal para uma prova de carrinhos de rolamentos, capaz de fazer soltar a adrenalina aos mais valentes.
 
Numa mesa de merendeiros, onde muitos terão já feito o gosto ao palato, montamos a nossa tenda: liteiro por baixo, toalha típica de quadrados por cima. As iguarias eram tais e a fome e vontade de comer eram tantas que tudo soube pela vida: pão saloio delicioso, salpicão, queijos, presunto, azeitonas. Como não havia leite nem café o acompanhamento foi … tintol, pois claro. No final, um trago de Porto de lavrador, a abrir o apetite para as iguarias que iríamos saborear ao almoço, o ponto alto da viagem.
(cont...)

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