Saudade, saudade da minha infância e
da minha adolescência. Do professor Carvalho, meu professor da 3ª e 4ª classe da escola primária; do Colégio de Santa Luzia e de alguns dos meus professores
desse tempo. Do Dr. Artur Vaz, do Dr. Silva e do Padre Cassiano Dimas Fais; dos
meus companheiros, amigos, vivos (Amândio Tabuada Trigo, Celso Bernardino
Queijo Póvoa, Francisco Gustavo, Tino Navarro, João Félix, Artur "Alfaiate", José António Palmeirão) e ausentes
(Carlos Ramos, Abel Salgueiro, Manuel "Coelho", Quim Félix) e... e... e.... de TODOS com quem
compartilhei os momentos mais significativos da minha vida nesse maravilhoso
tempo! E dessa Capital do Mundo que é Vila Flor! Vila Flor com a
orgulhosa Igreja Matriz! Com o Museu Berta Cabral, com a Praça, o Rossio, a
Fonte Romana, o Arco D. Dinis, a Avenida, as Capelinhas, a Barragem do
peneireiro… Vila Flor que amo, mas onde me custa ir!
Sim. As relações entre as pessoas mudaram. Conheço as casas, as ruas, os
recantos, mas... já não conheço as pessoas! Não encontro os velhos amigos…
Lembro-me de todos estes espaços, claro. Lembro-me
de todos esses amigos, certamente. Mas hoje em dia não consigo aí conviver como
antigamente. Hoje tem-se medo da via pública. E as pessoas refugiam-se. Para
outros espaços, para outras regiões e para outros países. E por várias razões,
das quais as económicas pesam muito. As pessoas estão a acantonar-se. E a
tentar sobreviver.
E por falar em saudades. As saudades que eu tenho
dos cheiros característicos de Vila Flor, que já só guardo na memória. Das
flores, das frutas, dos aromas do entardecer de cada uma das estações, dos
cheiros intensos da existência do dia-a-dia.
Evoluímos, e muito, sob o ponto de vista tecnológico,
mas perdemos muito a nível do saudável humanismo desse tempo... tenho pena!
Sem comentários:
Enviar um comentário