Quem me conhece sabe que sou muito desprendido e ando frequentemente de cabeça no ar. Sou por natureza um “despassarado” para não utilizar outro(s) adjectivo(s) mais sarcástico(s).
Então quando se trata de lidar com o automóvel é que perco mesmo as estribeiras por completo. Estou a lembrar-me, por exemplo, daquela vez que fomos às compras ao Continente aqui de Vila Nova de Gaia e deixámos
o carro num local não muito usual. De regresso, e já com o carrinho cheio de
compras, procurámos o Volkswagen no local onde habitualmente o deixávamos e… nada!
Procurámos, procurámos numa e noutra fila e o carro... nem vê-lo! Ao fim de, mais ou menos, uma hora convencemo-nos mesmo que tinha sido roubado. Cheio desta convicção fui queixar-me aos seguranças do
Continente. Estes, depois de pedirem a matrícula, marca, cor... enfim, todos os dados e
características do “desaparecido” lá partiram à sua procura de pé e muito direitinhos naqueles veículos
de duas rodas que agora usam para vigiarem o parque de estacionamento. Passado pouco tempo um deles veio ter comigo e perguntou-me se tinha a
certeza que estacionara o carro no piso de cima do parque, ao que eu confirmei (e a Amélia também) que: “sim, deixámos o carro cá em cima”! Estava a
acabar de dizer isso quando chega o outro segurança e diz: "o seu carro afinal
está mais ou menos no local onde diz que o deixou mas... no piso inferior"! PIMMM!!!
Passados dois ou três meses, no mesmo local (parque de estacionamento do Continente) andei mais uma vez à procura do Volkswagen durante cerca de meia hora. Lembrei-me do episódio anterior e já não fui ter com os seguranças. Desta vez resolvi telefonar para a Amélia que de imediato me perguntou: "... e andas à procura do
nosso carro? É que desta vez levaste o Opel Astra do Pedro"! E eu: “Estúpido!
Como não me lembrei disso"?
Ontem mesmo. Saí do Pingo Doce, aqui de Valadares, com as compras em dois sacos cheios, um em cada
mão, e os Jornais Correio da Manhã e a Bola debaixo de um braço. No meio de
várias filas de carros lá estava o Volkswagen. Pouso os sacos no chão, junto à
traseira do mesmo e, enquanto tento encontrar as chaves nos vários bolsos das
calças, começo a reparar na enormidade de mossas e riscos que
desconhecia no carro. Os olhos deslizam até ao pára-choques e... quem recebeu um
verdadeiro choque fui eu!
- Porra, onde é que eu perdi parte do pára-choques?
Por outro lado, o carro parecia-me mais limpo do que o costume e pensei para
comigo que devo ter dias em que sou mais exigente do que outros. Entretanto,
ainda não tinha encontrado a chave do carro, quando uma senhora resolve
estacionar um carrinho cheio de compras mesmo ao meu lado:
- Desculpe, o senhor precisa de alguma coisa?
- Não, não, obrigado. Estou só à procura da chave do
carro...
- Ah... mas se quiser eu abro-o.
Arregalo-lhe os olhos enquanto ela, armada em “esperta”,
saca de um comando e aponta-o para o carro.
- Quer ver?
A mulher deve ser parva, pensei! Deve achar que... PLIM. E não é que
o carro se abriu mesmo?
Não foi de imediato. Foram precisos mais 2 segundos para perceber que aquela
mulher não tinha magia. Eu é que sou muito estúpido, distraído, “despassarado”…
ou lá o que é!!
O lado positivo disto tudo é que não tenho aqueles riscos todos nem me falta nenhum bocado no pára-choques. Mas que está mesmo a precisar de levar um banho, lá isso está...
Há! ha! hi hi hi... Afinal há mais. A mim há muitos anos, em Mirandela chegueim junto do "meu" Visa , peguei nas Chaves e ...pimba. Entrei, fechei a porta mas reparei que o banco estava muito distante para o meu tamanho e hábito. Mesmo assim acertei a distancia do banco e dei à chave e o motor de "grilo" nada. Tentei, tentei e nada. pensei (estúpido) ser da bateria. Saí e junto dos amigos disse : estou lixado o carro não "pega". Foi então que um dos amigos me disse. Olha lá, mas nós deixamos o carro junto à ponte. E eu respondi e onde é que estamos? e ele respondeu...junto à ponte. Não digas mais nada o meu carro estava dois à frente. Partimos, bem caldinhos e o outro VISA ficou aberto.
ResponderEliminar1 abraço
MAFreire
:-) Bom, o teu caso é mesmo um caso de polícia!!! O meu é mais da área da psiquiatria... Ainda bem que temos a capacidade de nos rirmos de nós próprios - olhando para o lado positivo da coisa! Ahhh!!! Só deixei aqui 3 exemplos... para não ser demasiado cansativo e caberem num só post. Um abraço
EliminarDe facto....merecia ter ido parar ao "xadrez".
Eliminar1 braço
MAFreire
:-)
EliminarE que tal colocares, por ex. uma bandeira (pode ser do glorioso...) ou um pano (tipo toalha...) na antena? Vais ver que nunca mais o perdes de olho... pois fica todo engalanado! :)
ResponderEliminarAbraço
V Sil
É uma ideia interessante (pela bandeira do GLORIOSO) mas depois se vir outro carro qualquer, logo que seja da mesma marca e com esses adereços também sou enganado. Quem é despassarado é despassarado e ponto final :-) Há que o assumir sem reservas... Um abraço amigo Vitor
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