Crónica de
Alexandre Ribeiro
Aos 21 dias do mês de maio de 2013 teve lugar mais uma reunião do Grupo
dos 5.Come.
Como o costume ninguém faltou à
chamada, nem sequer se atrasou. Muito antes da hora marcada (11 horas), o Mota
e o Rogério, os mais apressados para estas coisas, já estavam no Penedo à
espera dos restantes elementos. Apareceu o Alexandre, surge depois o Jorge no
seu resplandecente Mercedes e chamou-se então o Bernardino (que estava
distraído a tomar café) aos gritos de Pooooooorto,
do meio da rua. Ele percebeu logo que era para ele. Contra todas as previsões,
não trazia o seu famoso boné de retalhos, antes um boné discreto, mas
igualmente elegante.
Entraram para o carro do Rogério (um “vulgar” BMW), e arrancaram para Arouca, tendo como destino o
Parlamento, que o amigo Edgar assegurou que era muito mais interessante que o
de Lisboa. Para aquecer os motores entrou-se logo em fricção com o Bernardino,
naturalmente o "bombo da festa", depois da vitória do Porto no campeonato. O
objetivo era arrumar o assunto no começo da viagem, para depois não se
perturbar o repasto e a digestão. O objetivo não foi integralmente cumprido,
pois em toda a tarde, a espaços, iam surgindo umas farpas avulsas e bem
intencionadas, que o Bernardino procurava rechaçar, mas com um escudo protetor
muito frágil, ou não estivesse o SLB na mó de baixo e o FCP, como vem sendo
hábito, a mijar de cima da burra, depois de levar a melhor sobre o eterno
rival, após um emocionante sprint ganho mesmo em cima da meta.
A viagem decorreu sem incidentes
e ainda não era meio-dia e já estávamos no destino. Uma visita rápida, mas
imprescindível, ao vetusto convento, onde jazem os restos mortais da Infanta D.
Mafalda. Cumprido depois o ritual do café, numa agradável esplanada, seguimos
para o dito Parlamento. Não havia ninguém nas galerias a cantar uma Grandolada aos presentes.
Mas o mestre de cerimónias fez jus ao lugar. Começou por nos colocar numa mesa
que em princípio estava reservada para algum graúdo lá do sítio. Entretanto
noutro canto da sala sentava-se um “primo”
do Kelvin, catatuado (espécie de
catatua com tatuagem), possivelmente uma das vedetas do clube da terra,
recém-promovido a primodivisionário, com todo o mérito. Para já são credores de
toda a simpatia, esperando-se (com pouca fé) que venham a roubar pontos ao
clube certo.
Começamos por atacar na broa e pãozinho de mistura com azeitonas, a que
se seguiu uma espetada de enchidos da região e uma salada mista, como
preparativo para o que aí vinha. E o que apareceu foi nada mais nada menos que
a célebre vitela arouquesa. Primeiro assada no forno, com arroz, batata e
legumes. Depois em saborosos nacos mal passados, acompanhada de arroz de
feijão, tão malandrinho quanto gostoso. Para terminar o repasto vieram os
inevitáveis doces (conventuais) e fruta laminada.
Não há dúvida que este Parlamento merece uma visita.
Numa curta visita à vila foi muito agradável constatar o asseio, a
harmonia arquitetónica, o parque habitacional bem cuidado, o belo jardim de
visitas ao centro da vila. Após o café o Jorge quis ir à pastelaria comprar “charutos” (um doce que é especialidade
da terra), enquanto os outros, não
fumadores, optaram pelo pão-de-ló de Arouca, e o Bernardino ficava-se pela pedras parideiras.
O regresso a penates ocorreu sem qualquer percalço e ainda não eram 5
horas e o Rogério já tinha acabado a entrega ao domicílio.
Relatados e registados em ata os reais acontecimentos que ficam gravados para memória futura, passemos a outro tema. Nem só de acontecimentos reais vive o grupo. Os não acontecimentos são igualmente muito importantes, merecendo por isso uma análise psicossociológica, que aqui se tentará fazer de forma rudimentar, face à falta de instrumentos científicos de análise e insuficiência de curriculum técnico nessas matérias.
(cont.)
Eu "bi" logo! Olha logo tu, no meio de tantos, e de tantas (opcões), não ficavas pelas pedras parideiras.
ResponderEliminar1 abraços para todos
MFreire
ACTA nº 3 (ou será ata?) - I
ResponderEliminarActa é acta e não um cordel feito do entrelaçar de giestas para ATAR um molho de lenha para depois, em casa, acender o lume onde cosemos, numa panela de ferro, as nossas batatas com casca.
A acta é acta, como “CÁGADO” é um animal com um casaco duro comó car……ho. E não um objecto sujo duma merda mal cheirosa.
MFreire
Exactamente!!!
EliminarÉ por essas e por outras que aqui no blogue se escreve em português sem o "famigerado" (des)acordo ortográfico de Língua Portuguesa. Espero que este acordo (ou aborto?) seja revisto em breve.
Abro aqui a excepção (e não exceção)para as crónicas do nosso amigo Alexandre Ribeiro. Porque ele merece (embora seja do FCP)e, sobretudo, porque vale a pena pela qualidade técnica, literária e humorista com que ele as redige.
Por outro lado, seria uma pena desperdiçarmos a oportunidade de deixarmos aqui (para memória futura) a descrição "fotográfica" e pormenorizada das nossas viagens turísticas e encontros gastronómicos só por ele escrever em português estragado com o acordo.
Uma abraço amigo