Daqui do meu canto continuo a observar:
- Juros da dívida sobem em Portugal ...;
- Sentimento económico em Portugal degrada-se ...;
- O FMI
quis que Portugal pedisse o resgate financeiro 10 meses antes de o
então primeiro-ministro, José Sócrates, o ter feito...;
- Estradas de Sócrates dão prejuízos de 5,7 mil
milhões…;
- O Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade
da suspensão do pagamento dos subsídios de férias ou de Natal…;
- Em menos de um ano, há mais 45% de portugueses que procuram emprego fora do país. Engenheiros, informáticos, cozinheiros e empregados de mesa, etc., etc. ...;
- Concessões assinadas pelo anterior
Governo representam 54% do total do buraco das PPP...;
- ... buscas em casas de ex-governantes socialistas no inquérito
às Parcerias Público Privadas (PPP) …;
E eu pergunto: ninguém é julgado??? Ninguém é condenado???
Perante isto (e muito mais) cada vez entendo menos a passividade do povo português e cada vez entendo melhor Fernando Pessoa!
Perante isto (e muito mais) cada vez entendo menos a passividade do povo português e cada vez entendo melhor Fernando Pessoa!
Reparem na pertinência das suas palavras e ... cito-o na íntegra:
"A Doença da Disciplina.
Das feições de alma
que caracterizam o povo português, a mais irritante é, sem dúvida, o seu
excesso de disciplina. Somos o povo disciplinado por excelência. Levamos a
disciplina social àquele ponto de excesso em que cousa nenhuma, por boa que
seja — e eu não creio que a disciplina seja boa — por força que há-de ser
prejudicial.
Tão regrada, regular e
organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército de
que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma
acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em
grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos
outros para tudo. E quando, por um milagre de desnacionalização temporária,
pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento, ou um sentimento
independente, a sua audácia nunca é completa, porque não tira os olhos dos
outros, nem a sua atenção da sua crítica.
Parecemo-nos muito com
os alemães. Como eles, agimos sempre em grupo, e cada um do grupo porque os
outros agem.
Por isso aqui, como na
Alemanha, nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da
sexta pessoa num caso onde só agiram cinco...........".
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