O relógio da sala tira-me, mas também me traz, o presente.
Esse
som vindo de muitas gerações faz-me pensar. Traz-me à realidade. Maldigo o
relógio. Maldigo o tempo. Brado contra a realidade do meu tempo actual. Tento
retornar, mas a vida insiste em me chamar.
Atendo o telefone com voz de muitos
anos atrás. Do outro lado o presente intimida-me. Chegará a hora de recomeçar
de onde parei sei lá quantos meses atrás. Ou anos?
Ao sair de casa o velho relógio marca discretamente os segundos. Respiro fundo e saio. Faço-me à vida. Mas para onde vou? Será que é o meu regresso? Não sei quando será o regresso. Sei que será um regresso tímido mas orgulhoso, positivo mas com receios, atrevido mas com medos, crente mas nervoso...
Sei que vou regressar... sinto que a minha vida profissional
(e automaticamente a pessoal) vai melhorar.
Sei que tudo fiz para melhorar a situação, e por isso serei recompensado... é a lei universal... nada pode dar errado, pois não?...
Sei que tudo fiz para melhorar a situação, e por isso serei recompensado... é a lei universal... nada pode dar errado, pois não?...
Esse não será só um regresso, será o regresso!
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