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Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.
Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!
sábado, 31 de agosto de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
O Padre e os Espanhois...
Numa povoação pequena, mesmo junto à fronteira com Espanha, a igreja fica cheia para a missa das 10: portugueses, espanhóis, o presidente da junta, etc.
O padre começa o sermão:- Irmãos estamos hoje aqui reunidos para falar dos Fariseus... Aquele povo desgraçado como esses espanhóis que estão aqui...
Oh! O maior tumulto tomou conta da igreja. Os espanhóis ofenderam o padre, houve porrada no adro.
O presidente da junta levou as mãos à cabeça e, indignado, foi falar com o padre na sacristia:- Sr. padre, vá devagar, os espanhóis vêm para este lado, gastam nas lojas, nos restaurantes, trazem euros para Portugal. Não faça mais provocações.
Durante a semana a conversa entre todos era a mesma: o padre e o sermão do domingo. Aquele zum-zum todo foi fazendo com que as pessoas ficassem curiosas e a querer saber mais sobre o que tinha acontecido.
Finalmente, chega o domingo.
O presidente da junta vai à sacristia e fala com o padre:
- Sr. padre, o senhor lembra-se da nossa conversa? Por favor, não arranje nenhum problema hoje, ok?
Vem a missa e o padre começa o sermão:
- Irmãos... Estamos aqui reunidos, hoje, para falar de uma pessoa da Bíblia: Maria Madalena. Aquela mulher, prostituta que tentou Jesus, como essas espanholas que estão aqui...
Caldeirada: pancadaria na igreja, partiram velas nos corredores, chapadas, socos e alguns internamentos no hospital mais próximo que por acaso ficava em Espanha.
O presidente da junta foi novamente ter com o padre:- Sr. padre, eu não lhe disse para ir com mais calma? Se o senhor não amansar, vou escrever uma carta ao Bispo e pedir a sua retirada imediata.
Naquela semana, as conversas sobre o sucedido abundavam mais. Ninguém iria perder a missa do próximo domingo, nem que a vaca tossisse.
Na manhã de domingo, o presidente da junta entra na sacristia com o graduado da GNR e adverte o padre:
- Sr. padre, não provoque os espanhóis desta vez, senão acuso-o de provocação de tumulto e vai dentro!
A igreja estava abarrotada. Quase não se conseguia respirar de tanta gente.
Começa o sermão:
- Irmãos... Estamos aqui reunidos hoje, para falar do momento mais importante da vida de Cristo: a Santa Ceia.
(O presidente da junta respirou aliviado...)
- Jesus, naquele momento, disse aos apóstolos: esta noite, um de vocês me trairá. Então João pergunta: Mestre, sou eu? E Jesus responde: Não, João, não serás tu. Pedro pergunta: Mestre, sou eu? E Cristo responde: Não, Pedro, não serás tu. Então Judas pergunta: Mestre, soy yo?
(E daquele templo não ficou pedra sobre pedra)
O padre começa o sermão:- Irmãos estamos hoje aqui reunidos para falar dos Fariseus... Aquele povo desgraçado como esses espanhóis que estão aqui...
Oh! O maior tumulto tomou conta da igreja. Os espanhóis ofenderam o padre, houve porrada no adro.
O presidente da junta levou as mãos à cabeça e, indignado, foi falar com o padre na sacristia:- Sr. padre, vá devagar, os espanhóis vêm para este lado, gastam nas lojas, nos restaurantes, trazem euros para Portugal. Não faça mais provocações.
Durante a semana a conversa entre todos era a mesma: o padre e o sermão do domingo. Aquele zum-zum todo foi fazendo com que as pessoas ficassem curiosas e a querer saber mais sobre o que tinha acontecido.
Finalmente, chega o domingo.
O presidente da junta vai à sacristia e fala com o padre:
- Sr. padre, o senhor lembra-se da nossa conversa? Por favor, não arranje nenhum problema hoje, ok?
Vem a missa e o padre começa o sermão:
- Irmãos... Estamos aqui reunidos, hoje, para falar de uma pessoa da Bíblia: Maria Madalena. Aquela mulher, prostituta que tentou Jesus, como essas espanholas que estão aqui...
Caldeirada: pancadaria na igreja, partiram velas nos corredores, chapadas, socos e alguns internamentos no hospital mais próximo que por acaso ficava em Espanha.
O presidente da junta foi novamente ter com o padre:- Sr. padre, eu não lhe disse para ir com mais calma? Se o senhor não amansar, vou escrever uma carta ao Bispo e pedir a sua retirada imediata.
Naquela semana, as conversas sobre o sucedido abundavam mais. Ninguém iria perder a missa do próximo domingo, nem que a vaca tossisse.
Na manhã de domingo, o presidente da junta entra na sacristia com o graduado da GNR e adverte o padre:
- Sr. padre, não provoque os espanhóis desta vez, senão acuso-o de provocação de tumulto e vai dentro!
A igreja estava abarrotada. Quase não se conseguia respirar de tanta gente.
Começa o sermão:
- Irmãos... Estamos aqui reunidos hoje, para falar do momento mais importante da vida de Cristo: a Santa Ceia.
(O presidente da junta respirou aliviado...)
- Jesus, naquele momento, disse aos apóstolos: esta noite, um de vocês me trairá. Então João pergunta: Mestre, sou eu? E Jesus responde: Não, João, não serás tu. Pedro pergunta: Mestre, sou eu? E Cristo responde: Não, Pedro, não serás tu. Então Judas pergunta: Mestre, soy yo?
(E daquele templo não ficou pedra sobre pedra)
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Conto: Neto de um emigrante em Paris! (XXXI)
Depois de agradecer
ao senhor que lhe tinha dado boleia e de lhe dizer, enquanto retirava a
mochila do carro, que tinha apanhado uma outra boleia que o levaria mesmo até à fronteira
espanhola, foi com uma sensação de alívio que Zeferino entrou no Renault 8
Gordini de cor azul berrante, com ar condicionado, estofos de couro e descapotável.
Teve pena de não poder usufruir desta última característica devido
à chuva intensa e persistente que os acompanhou durante toda a viagem.
Da longa conversa
que se estabeleceu entre eles e que decorreu sempre num ambiente calmo e tranquilo, ao mesmo tempo que ouviam belíssima música reproduzida pelo leitor de cassetes, Zeferino reteve sobretudo quando ela lhe disse com a maior das naturalidades: "trabajo sólo por la noche" ou -"mis clientes son
hombres con dinero que pagan por tener mi afecto".
Quando ela se apercebeu do
estado de estupefacção com que Zeferino ficou, foi com um tom condescendente
que lhe referiu: - “Está à vontade
menino! Não estou a trabalhar e mesmo que estivesse nunca te aceitaria como
cliente, apesar de até seres bem giro, mas… és ainda um adolescente e eu só atendo
adultos e… com muito dinheiro!”.
– Eu já sou um adulto… faço 18 anos no próximo mês de Setembro! Mas…
muito dinheiro de facto não tenho e mesmo que tivesse também não era desse modo que o iria gastar! Retorquiu, com convicção, Zeferino.
Ela respondeu-lhe com um
sorriso lindo que realçava os seus dentes brancos e perfeitos atrás dos seus lábios
bem definidos e pintados de vermelho vivo.
- Pero, seguro que no! Tu não precisas deste tipo de serviços e penso
até que nunca virás a precisar… normalmente são homens na meia-idade ou até
velhotes que nos procuram e, por incrível que pareça, fazem-no mais para
poderem ter uma companhia, alguém que os ouça e a quem possam expor os seus segredos,
as suas fantasias e insanidades saudavelmente loucas… enfim coisas que não
podem dizer e fazer com as esposas e é a nós que vêm "abrir mão" dos seus
pudores verbais e revelar o seu íntimo mais profundo… fazemos muitas vezes de terapeutas
emocionais, comportamentais e, às vezes, sexuais... julgo que levamos a psicologia
e a psiquiatria do campo teórico à prática. Em muitos casos isso resulta, podes crer.
A viagem continuou assim dentro
deste registo e num ambiente extremamente delicioso para Zeferino. No interior
do carro a música continuava agradável e o perfume, com cheiro a rosas, que dela emanava, deixava-o profundamente inebriado até que, depois de atravessarem Bayonne e já perto de Biarritz, num ponto mais elevado da estrada e que podia
ser ou servir de miradouro, ela encostou o carro para fumar tranquilamente um
cigarro.
Lá fora a luz do dia
desvanecia-se até porque continuava a chover torrencialmente. Uma sensação de bem-estar
apoderou-se deles parecendo que a chuva lá fora apelava para o aconchego do
interior do carro.
Em frente entendia-se um prado
enorme, verde e vedado onde assistiram, sem querer, aos jogos de sedução de uma
égua e do crescente entusiasmo de um cavalo, perfeitamente visível aos olhos
dos dois “mirones”.
Para quebrar aquele
encantamento, e por que ainda não sabiam o nome um do outro, ela disse-lhe: Podes chamar-me de Esperanza e tu como te
chamas?
-
Eu sou o Zeferino!
Mas… continuaram a apreciar a
cena não despregando os olhares de tudo o que decorria no relvado. Até que o
cavalo passou em definitivo à acção e consumava o acto com elegância e muito
vigor.
Esperanza, percebendo a crescente
concentração de Zeferino na visível excitação daqueles dois animais, disse-lhe,
com uma pequena gargalhada: - Parece que
também te estás a excitar!...
-
Para falar a verdade, não te enganas, Esperanza... – Respondeu ele meio a
sério meio a brincar, lançando-lhe um olhar provocador.
A Esperanza
atiçou-o ainda mais, dizendo-lhe, desta vez em voz baixa e doce: - Só depende da tua vontade Zeferino! Uma palavra tua e far-te-ei a vontade com todo o prazer.
Um ciclone
de pensamentos veio à mente de Zeferino. Até que se encheu de coragem e
disse-lhe: - Oh Esperanza, não me
provoques! Ainda há pouco tempo disseste que eu era um adolescente e comigo
nunca irias...
- Eu disse-te que nunca te
aceitaria como cliente… neste momento não estou a trabalhar e… sou apenas mulher…
carente… e com vontade de conhecer alguém assim jovem e bonito como tu!
- Tu já percebeste qual é a minha vontade. Diz-me
quando e onde!
Responde-lhe
a Esperanza: - Onde? Bem, o sítio pode ser este mesmo, que é o mais adequado. Quanto
ao "quando", pode ser já!
A
chuva que caía no tejadilho de lona do carro nunca lhe parecera tão acolhedora…
(continua...)
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
sábado, 17 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
O primeiro passo...
Por vezes deixamos que o desânimo, a frustração ou as adversidades da vida se abatam sobre nós. Outras vezes superamo-nos.
Mas para que se encontrem forças onde elas já não se vislumbram é sempre precisa iniciativa, um primeiro passo.
Mas para que se encontrem forças onde elas já não se vislumbram é sempre precisa iniciativa, um primeiro passo.
Eis um bom exemplo!
domingo, 11 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Ave Maria...
Agora que o termómetro parece que vai subir acima dos 40 graus até Domingo (segundo as últimas previsões meteorológicas) pretendo adoptar algumas das recomendações básicas da Direção-Geral de Saúde: “PROCURAR ambientes frescos ou climatizados
mesmo durante a noite. EVITAR a exposição directa do sol, principalmente entre
as 11 e as 18h”.
Se for caso disso (as previsões às vezes também falham), vou manter-me aqui por casa tentando tenazmente não perder o contacto
com os meus prazeres caseiros: jogar xadrez no Yahoo games; devorar mais um dos livros de Ken
Follet; acabar de reler os Maias, do grande Eça de Queirós, numa nova Edição oferecida pelo Expresso; executar tarefas de jardinagem no pequeno
jardim da varanda cá de casa e… tentar manter o blogue mais ou menos actualizado
procurando também dar asas à imaginação e martelando nestas teclas a fim de acabar o
Conto: O neto de um emigrante em Paris.
Só que o calor também “queima” parte dos conteúdos que por vezes perpassam
por esta cachimónia e… esvaem-se com o suor que escorre pelos dedos das mãos.
Por isso, acho que vou relaxar ouvindo esta refrescante Avé Maria da Beyonce e… "rezar" também para que a inspiração reapareça... enquanto a carta de condução não chega… ;-)
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Conto: Neto de um emigrante em Paris! (XXX)
Ainda
o sol não dava sinais de despontar no horizonte e já Zeferino se encontrava a
pedir boleia de polegar esticado, no fim da Avenida Jean Cordier, em Pressac, no bairro periférico mais a sul de Bordéus.
Desesperado
porque a maioria dos automobilistas que passavam o olhavam com desdém ou com ar
de gozo ao mesmo tempo que outros abrandavam, dando-lhe falsas esperanças, e
gritavam com a cabeça fora da janela frases desencorajadoras como: “vai de
autocarro” ou, “não tens idade para andar à boleia.” Outros
faziam-lhe manguitos e outros nem sequer o olhavam.
Até
que ao fim de duas horas lá apareceu uma boa alma que parou o carro e lhe
perguntou: - Para onde vais?
- Vou
para Portugal –
respondeu.
O
motorista, um idoso de cabelo grisalho, deu uma gargalhada e respondeu-lhe: ohh, lá…lá! Não vou para tão longe
mas se quiseres ir até Lesperon, podes entrar.
-
Onde fica isso?
-
É uma pequena vila já próxima de Bayonne, que é uma cidadezinha já
perto da fronteira com Espanha.
Zeferino
aproveitou esse rasgo de sorte e sentou-se sem hesitar nos estofos coçados de
um velho Citroen. Suspirava aliviado quando ouviu o senhor a justificar-se:
“Não costumo dar boleia a estranhos”, “Hoje em dia só se vêm assaltos
violentos". “Sabe-se lá que malucos se encontram na estrada…”
E
lá foi conduzindo aos soluços, a uma média de 50 km/h, enquanto discorria um
pouco sobre a sua vida dizendo que era reformado mas que ainda trabalhava mais
do que muita gente no activo, etc. etc. Entretanto o carro era ultrapassado por
todos os lados, mas o condutor parecia indiferente aos sinais de luzes e
buzinadelas furiosas. “Passem por cima”, vociferava ele num tom
colérico.
A determinado
ponto da viagem, exactamente na estação de serviço de Labouheyre, Zeferino viu
o senhor do velho Citroen encostar junto do Restaurante de apoio e dizer-lhe: - Vou demorar aqui cerca de meia hora,
podes entrar e tomar alguma coisa, se quiseres.
Pois! Que
alternativa tenho? Pensou. Por isso entrou, sentou-se e pediu um croissant com um sumo de
laranja natural e ficou ali mais de uma hora sem fazer nada de interessante.
Uma espécie hora vegetativa a ter pensamentos que ele próprio não poderia
descrever, como se não fosse ele a tê-los realmente e não passassem dum ruído
de fundo qualquer. Do televisor, por exemplo, ou da máquina de música que se
encontrava encostada a uma parede mesmo junto da porta de entrada.
Estava assim, neste estado apático, quando viu entrar uma mulher que se dirigiu directamente à casa de banho. Ao abrir a porta bateu de frente num homem que ia a sair. Ficaram ali uns segundos a falar um com o outro e depois acabaram sentados ao balcão, lado a lado. Primeiro com um banco de intervalo entre eles, depois ele moveu-se para mais perto dela. Pareceu-lhe que era a primeira vez que estavam a falar, mas talvez já se conhecessem.
Estava assim, neste estado apático, quando viu entrar uma mulher que se dirigiu directamente à casa de banho. Ao abrir a porta bateu de frente num homem que ia a sair. Ficaram ali uns segundos a falar um com o outro e depois acabaram sentados ao balcão, lado a lado. Primeiro com um banco de intervalo entre eles, depois ele moveu-se para mais perto dela. Pareceu-lhe que era a primeira vez que estavam a falar, mas talvez já se conhecessem.
Observou que a sala do restaurante estava quase cheia de
camionistas, turistas e viajantes que deambulavam apressados entre as mesas já superlotadas
e alguns outros de pé em frente do balcão. Ela contrastava pela quietude, pela
calma, pelos olhos verdes melancólicos.
Zeferino, enquanto aguardava já impaciente pelo senhor da boleia, bem tentava evitar, mas não conseguia resistir a procurá-la com o olhar, por entre a azáfama constante de pessoas a entrar e a sair. Quando lhe parecia que os seus olhares se iriam cruzar procurava dissimular imediatamente. Mas ela nem reparava nele. O seu olhar, ora se dirigia para o seu interlocutor, ora se estendia para o exterior parecendo concentrar-se na chuva que entretanto começara a cair ininterruptamente. Ele a partir do momento em que se convenceu de que ela não reparava nele, encantado com a beleza do seu rosto, não conseguia mais desviar o seu olhar.
Zeferino, enquanto aguardava já impaciente pelo senhor da boleia, bem tentava evitar, mas não conseguia resistir a procurá-la com o olhar, por entre a azáfama constante de pessoas a entrar e a sair. Quando lhe parecia que os seus olhares se iriam cruzar procurava dissimular imediatamente. Mas ela nem reparava nele. O seu olhar, ora se dirigia para o seu interlocutor, ora se estendia para o exterior parecendo concentrar-se na chuva que entretanto começara a cair ininterruptamente. Ele a partir do momento em que se convenceu de que ela não reparava nele, encantado com a beleza do seu rosto, não conseguia mais desviar o seu olhar.
O
tempo foi passando e quando os níveis de ansiedade já estavam no auge chegou, finalmente, o senhor da boleia fazendo-lhe sinal de que tinham de prosseguir a viagem.
Quebrado o encanto Zeferino levantou-se, chamou o empregado, pediu a conta, pagou e ficou de pé junto ao balcão esperando pelo troco. Enquanto esperava mesmo ao lado dela foi observando a sua silhueta perfeita, sob um vestido leve que contornava as suas formas e parecia acariciar-lhe o corpo. Ao virar-se para se ir embora ouviu-a dizer para o seu par num espanhol perfeito: - bueno me tengo que ir a Irún!
Quebrado o encanto Zeferino levantou-se, chamou o empregado, pediu a conta, pagou e ficou de pé junto ao balcão esperando pelo troco. Enquanto esperava mesmo ao lado dela foi observando a sua silhueta perfeita, sob um vestido leve que contornava as suas formas e parecia acariciar-lhe o corpo. Ao virar-se para se ir embora ouviu-a dizer para o seu par num espanhol perfeito: - bueno me tengo que ir a Irún!
Zeferino, fez um pequeno compasso de espera e com convicção mas também com delicadeza
e elegância dirigiu-se a ela: - desculpe, mesmo sem querer, ouvi dizer-lhe que ia viajar para Irun, eu estou em viagem para
Portugal, pode dar-me boleia até lá?
Ela, depois de o olhar de alto a baixo, fixou-o directamente nos olhos e respondeu-lhe sorrindo: - sin duda, por qué no?
(continua...)
(continua...)
sábado, 3 de agosto de 2013
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Desabafo de um aposentado recente...
Com o despacho de aposentação chegaram também alguns conselhos de velhos amigos.
Disseram-me e… eu bem tento.
Mas este sossego desassossegado, ao qual ainda não me habituei, abate-se sobre mim.
Tal como sempre me desassossegou assistir à queda de alguns dos valores que para mim eram essenciais, também nunca me habituei a este tipo de governantes que fizeram com que a palavra honra fosse uma coisa do passado e, com isso, me tivessem "empurrado" mais cedo para fora do sistema.
Por tudo isso interrogo-me:
O que é que eu posso aproveitar se não puder reclamar?
O que é que eu posso aproveitar se nada puder partilhar?
É que, a minha vida não é apenas minha.
É cada vez menos minha…
“Agora, que tens vagar, desfruta”;
“Lê os livros que não leste ou relê aqueles de que mais gostaste”;
“São as pequenas coisas que amamos que nos fazem felizes”;
"Aproveita e escreve no teu blogue";
"Faz uns vídeos no Windows Movie Maker";
"Passeia mais";
"Vai a Vila Flor";
"Passeia mais";
"Vai a Vila Flor";
“Aproveita”;
“Aproveita”;
“Aproveita cada segundo da tua vida”!
“Aproveita cada segundo da tua vida”!
Disseram-me e… eu bem tento.
Mas este sossego desassossegado, ao qual ainda não me habituei, abate-se sobre mim.
Tal como sempre me desassossegou assistir à queda de alguns dos valores que para mim eram essenciais, também nunca me habituei a este tipo de governantes que fizeram com que a palavra honra fosse uma coisa do passado e, com isso, me tivessem "empurrado" mais cedo para fora do sistema.
Por tudo isso interrogo-me:
O que é que eu posso aproveitar se não puder reclamar?
O que é que eu posso aproveitar se nada puder partilhar?
É que, a minha vida não é apenas minha.
É cada vez menos minha…
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