terça-feira, 18 de setembro de 2012

Uma aventura – os cinco no nordeste (V)

Barca d’Alva
Regalado o estômago, retemperadas forças e cumprida a primeira e principal etapa da devota peregrinação, a próxima estação seria Barca d’Alva, onde fica a primeira barragem no Douro Internacional.

Ficando o Escalhão num elevado planalto, obviamente o caminho era sempre a descer para o rio. No caminho o ponto de paragem obrigatório era o Miradouro (e mijadouro) do Alto da Sapinha: ao fundo, bem lá no fundo, o rio Douro, com o ancoradouro ocupado por um moderno navio-hotel; a leste os montes espanhóis, a dar um ar de cosmopolitismo à agressiva paisagem; no ar, nas suas acrobacias de caça, duas imponentes águias, quiçá reais, estavam a borrifar-se completamente para os olhares dos mirones, que gostariam de as apanhar estáticas, ao alcance das objetivas das máquinas fotográficas, de preferência recortadas contra o azul do horizonte.

A estação de Barca d’Alva foi alvo de uma romaria de saudade do Bernardino, que aqui passou momentos inesquecíveis na juventude. O espaço, que se vê claramente que foi uma grande e movimentada gare, está agora transformado num antro fantasmagórico, que nem um desesperado par de namorados se atreverá a frequentar à noite.

Freixo de Espada à Cinta e Vila Flor
Nova etapa nos espera: Freixo de Espada à Cinta, certamente mais célebre pelo colorido nome fora do comum que pela singularidade da arquitetura da vila ou por nomes sonantes de ilustres da terra.

No caminho mais uma paragem em frente ao imponente Penedo Durão, donde se avista a barragem de Saucelhe, com Espanha na outra margem.
No Freixo a nova sala de visitas é na Congida, praia fluvial com uma moderna e agradável zona balnear, com piscina no rio, cais de atracação para mini-cruzeiros e casinhas de fim-de-semana incrustadas na montanha. Visita de médico, pois o tempo urgia.

Entretanto íamos comentando o acasalamento dos grupos da champions. Naturalmente festejado e comentado o grupo do Porto, com o do Benfica a ser alvo das costumeiras farpas, ou não fossem quatro contra um, num jogo desigual onde o inocente lampião (o Bernardino) sai sempre a perder.

Entretanto, mais tentativa de pôr o CD a funcionar. Já sem muita convicção, mas surge uma boa notícia, prova provada que quem porfia sempre alcança: o leitor passa a debitar música. Prémio à persistência do Jorge.

Seguimos então para Vila Flor, terra natal do ilustre benfiquista (ilustre não por ser benfiquista, claro, mas por ser quem é e por estar no grupo em que está), após uma curta paragem em Moncorvo para nos dessedentarmos.

Como não podia deixar de ser, a visita à casa paterna tornou-se obrigatória. Daí passamos ao prédio, uma interessante quintinha onde comemos figos e colhemos uvas. Pêssegos nem vê-los. Água também nem um fio restava nas represas que o Bernardino nos garantiu que habitualmente estariam cheias. Deu para cada um encher um saco de uvas para oferecer de prenda à patroa que ficou em casa à espera da chegada dos vadios.
(Cont...)

2 comentários:

  1. Amigo Bernardino e restantes amigos do 5.com

    Estou, diariamente, como um fundamentalista das novelas (brasileiras) claro, a consumir a excelente, porque não brilhante, reportagem da vossa “ODISSEIA” à região sul da parte que me viu nascer, me criou e que para bem de todos nós …..Que ainda me atura.

    Como me conheces, estou a adorar mas, há sempre um mas…, para eu atingir o …….(….), precisava de matar o vício com a paixão dos audiovisuais. Ponham lá umas imagens…por favor….

    Gostei especialmente desta parte do texto: “….duas imponentes águias, quiçá REAIS, ……..de preferência recortadas contra Azul do horizonte”.

    Parabéns pela vossa vida SÃ no corpo SÃO !?!?!?

    Espero, pelo menos por uma vez, ser o +1 do 5.com. Ou seja, 5.com+(1).

    1 grande abraço para todos
    Freire Vilares

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    1. Amigo Vilares!
      Registo, com agrado, o teu interesse pela nossa “peregrinação” a terras do Douro e Trás-os-Montes!
      Foi pena tu estares de férias nesse dia :-) Teria sido um enorme prazer rever-te e recordarmos os “velhos” tempos ...as viagens para Carrazeda no VW (bolinhas) e não só...
      Amanhã publico o último episódio desta “odisseia” como muito bem lhe chamaste e já poderás ver um pequeno vídeo que ilustra o belo texto do Alexandre!
      O vídeo não tem a qualidade que teria se tivesse a tua ajuda mas ... dá para "sentir" o que vimos e vivemos nesse dia.
      Um abraço

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