Uma
das acções mais preponderantes do ser humano é, ou deveria ser sob o meu ponto
de vista, a busca da felicidade. A realização do homem só se concretiza nessa
busca permanente.
Nessa
procura constante surgem inevitavelmente os sentimentos. Sobretudo
a amizade, o amor, a paixão , etc.
Mas
por vezes baralhamos ou confundimos tudo. Mesmo as coisas mais simples nós
confundimos.
Digo isto, porque uma das discussões mais recorrentes é, sem
dúvida, a diferença (ou semelhança) entre aquilo que é o amor e a paixão. Já na
minha adolescência esta conversa era uma das mais frequentes entre os meus
companheiros e amigos.
Sempre
entendi que amor é um sentimento desinteressado e magnânimo que tende a ser definitivo.
É um sentimento metafísico porque transcende a razão. Por outro lado o amor
anula o egoísmo, o orgulho, a posse, a guerra…
Para
mim também sempre foi claro que (sendo semelhante ao amor nalguns sintomas) a
paixão é algo de muito mais “terreno”, de muito mais sujeito aos caprichos da
natureza humana. A paixão exige a presença física, a “posse”, e evolui para
estados de agressividade quando não satisfeita. A paixão é temporária.
Mais tarde ou mais cedo, acaba. Pode resultar em profunda amizade, uma forma
suave de amor… ou então, resultar em coisa nenhuma. É um estado passageiro de
euforia em que a natureza suprime os defeitos do outro, intensifica o desejo, e
promove a harmonia de modo a permitir um período de adaptação de um casal entre
si. Para quem o aproveita bem, resulta bem. Para quem não o aproveita bem,
resulta mal. Aqui se incluem todos os casos de casais que começam com “um grande
amor” e acabam sem se reconhecer, à porrada, ou a digladiar-se pelas razões
mais absurdas.
E agora, aligeirando o raciocínio e a propósito deste vídeo, que me
divertiu imenso, podemos fazer aqui um pequeno exercício de cogitação etológica.
- O que vemos neste vídeo será amor ou paixão?
- Como nem o macho nem a fêmea partiram para a agressividade podemos dizer que foi amor?
- Mas o macho não ficou eufórico? E a euforia não é um estado passageiro de paixão?
- Ou “isto” foi apenas um acto instintivo de procriação?
- Será que esta falta de diálogo (no depois) com a parceira também é comum aos humanos?
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