Para mim também “os sem-abrigo representam a forma mais
extrema e complexa de exclusão.” (cit. in Costa, 1988).
Por isso mesmo,
não deixou de me impressionar uma notícia vinda do Brasil e que circulou recentemente pelo Facebook.
A história do sem-abrigo da foto que,
no dia 1 deste mês, teria sido expulso pelos responsáveis da livraria onde
folheava um livro.
Felizmente, a notícia acabou por ser desmentida pelos
responsáveis da referida livraria. Confirmaram, no entanto, que o sem-abrigo é
um conhecido frequentador da livraria, um
ex-professor amigo de todos e que nunca houve nenhum tipo de abordagem
negativa por parte dos funcionários do estabelecimento em relação à sua permanência no interior da loja.
Mesmo assim, por motivos óbvios, a notícia chocou-me.
É bom lembrar que, apesar de Portugal ter sido um dos
primeiros países Europeus a declarar na sua Constituição: “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de
dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a
intimidade pessoal e a privacidade familiar”, infelizmente, devido ao
agravar das dificuldades económicas das famílias portuguesas, ao aumento do
desemprego e à diminuição das ajudas sociais aos mais necessitados, tem vindo a
aumentar o número de pessoas consideradas sem-abrigo no nosso país.
Cada
ser humano é único, e todos merecemos que nos tratem com a dignidade que a constituição
e os direitos humanos nos conferem.
Antes
de serem sem-abrigo são pessoas.
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