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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Confusão e revolta...

Uma das coisas que mais me custa é aceitar as coisas de forma passiva e indiferente. Houve períodos em que as circunstâncias pessoais, familiares ou profissionais me obrigaram a ficar no meu canto conformando-me e abdicando de exprimir a minha opinião, numa espécie de “comer e calar”. Foram os meus piores momentos.
Aceitar o que muitos dizem, aceitar o unanimismo, criando a ilusão de falsas pluralidades não dá, nunca deu, com o meu feitio.
Agora já aposentado e com total liberdade de soltar o meu verdadeiro eu, paradoxalmente, perdi o “palco” habitual que era o local de trabalho e as tertúlias habituais que deixaram de o ser... 
Daí a minha necessidade, quase permanente, de utilizar este blogue para descarregar… desopilando. 
De facto, é aqui que escrevo, “discuto” e debato, comigo próprio, as minhas ideias. É aqui que exulto com as coisas boas que me vão acontecendo. Mas é também aqui que me lamento, protesto, contesto e desabafo algumas mágoas.

Hoje, e sem querer ser contraditório com o que exprimi no post anterior no qual fiz uma apologia à vida e, sobretudo, ao modo de viver a rir, não posso deixar de me revoltar com o que aconteceu em Paris. Cidade que me diz muito, como os meus amigos mais próximos e os meus leitores mais assíduos sabem.

Acabei, agora mesmo, de tomar conhecimento que os dois irmãos que atacaram, na Quarta-feira passada, a redação do jornal satírico Charlie Hebdo e provocaram 12 mortos e 11 feridos, foram abatidos pelas forças especiais francesas, na gráfica em Dammartin-en-Goele, onde se tinham refugiado.
Perante este rol de notícias difundidas à velocidade da luz fiquei revoltado e confuso. 

Revoltado, pela forma chocante e horrorosa como se desenrolou este bárbaro assassinato de dois polícias e dez jornalistas de um jornal que eu não conhecia mas que dizem ser muito interventivo e bem-humorado. Foi um atentado à liberdade de expressão e de imprensa. Foi também um atentado à dignidade humana. Este crime inqualificável que nos entrou pela casa dentro deixou-me convencido de que isto não vai ficar por aqui e que se as instituições e os governos de todo o Mundo não se unirem para defender a Liberdade e os valores fundamentais dos cidadãos então poderemos continuar a assistir a episódios semelhantes a estes e ao que aconteceu no dia 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque, quando foram demolidas as torres de World Trade Center.

Confuso, porque eu fiquei com a convicção que neste caso há incongruências difíceis de explicar. Por um lado, os chamados entendidos na matéria, dizem, na televisão, que os terroristas fizeram este atentado de forma estudada, criteriosa e profissional.
Mas eu pergunto: então se foram assim tão profissionais por que carga d´água, levaram para uma operação (em que vão incógnitos e encobertos) o documento de identificação pessoal e o deixaram no carro para que a polícia convenientemente o encontrasse?
Será que quiseram deixar intencionalmente uma pista para serem identificados?
Depois, dizem que há permanentemente uma vigilância apertada e discreta. E se tinha a tal vigilância como é que os terroristas tiveram tempo para tudo?
Será que os defensores armados de Alá estariam ao corrente desta operação?

Fazendo um pequeno paralelismo com o post anterior. A vida remete-nos frequentemente para a verdadeira grandeza das coisas e ajuda-nos a distinguir entre aquilo que é importante e o acessório. Quando postas em perspectiva, muitas das “guerrinhas” do nosso quotidiano, não passam de suaves altos e baixos comparado com o que se passa a nível global e ficam imediatamente reduzidas à sua dimensão pelo peso destes acontecimentos trágicos e bárbaros que vão acontecendo por esse mundo fora...
  

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