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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Os G5.com(e) na Ribeira do Porto

Com algum atraso (mais vale tarde do que nunca) 
aqui fica mais uma crónica de: 
Alexandre Ribeiro

10 de setembro de 2014
Quase 3 meses depois do último almoço (ó malta temos de trabalhar a outro ritmo, assim não pode ser. Qualquer dia o patrão despede-nos! O Grupo 5.com(e) desceu à Ribeira do Porto para festejar a entrada na reforma do único elemento do grupo que, apesar de inativo, ainda estava no ativo, e estava a estragar a estatística: o Alexandre.
Ufa!!! Finalmente! - disse ele, que há tanto tempo ansiava por este dia.
O português é uma língua traiçoeira
O tempo estava algo incerto, mas agradável para passear. O ponto de encontro foi na estação de S. Bento, mas à hora combinada o Jorge estava à espera dos colegas… na estação de Valadares. E assim se prova, mais uma vez, a extrema dificuldade em pôr duas pessoas em sintonia, mesmo quando o tema é inócuo e a mensagem é aparentemente transmitida na perfeição, não deixando dúvidas ao transmissor nem ao receptor. Imaginem só as confusões que se poderiam gerar se houvesse uma conjugação de circunstâncias que originassem um imbróglio.
A caminho da Ribeira
O caminho de S. Bento à Ribeira, quer pela Mouzinho da Silveira quer pela rua das Flores apresenta um intenso movimento que contrasta vivamente com o fluxo de pessoas nessas ruas há uma dezena de anos atrás.
O casario degradado deu lugar a uma elevada percentagem de edifícios excelentemente recuperados.
O comércio mudou de ramo, centrando-se agora particularmente na restauração. Os portuenses que por aí vadiavam deram lugar a uma indescritível mistura de raças e de línguas, onde um poliglota não chega para as encomendas e um etnógrafo fica todo baralhado.
O que isto mudou em meia dúzia e anos!!!
A Ribeira do Porto
A velha Ribeira é a grande sala de visitas do Porto. A cada passo tropeçamos em espanhóis, italianos, franceses e ingleses. Depois há aqueles que arranham uns sons guturais que ninguém entende. E há aqueles de olhos em bico, elas com sombrinhas de um euro, de usa e deita fora, certamente produzidos por garotos de 8 ou 10 anos, que trabalham 15 horas por dia por uma malga de arroz, naquelas oficinas indescritíveis que mais parece estarmos no meio de aterro sanitário com cobertura a telhas de fibrocimento.
A Ribeira fervilha de vida e o Douro é uma passerelle de pequenos barcos a fazer o cruzeiro das 6 pontes, por 10 euros. 
Do outro lado do rio destaca-se o cais de Gaia, a pedir meças à Ribeira do Porto em beleza e movimento, com o Yeatman sobranceiro no cimo da colina, de onde se observa um Porto singular a partir de um posto de vigia privilegiadíssimo.

Ter amigos e usufruir das vantagens de passar à reforma
Num dos muitos bares/restaurantes para turista regalar a vista e apreciar a nossa gastronomia, tomamos uma bebida. O grupo
aproveitou para oferecer ao Alexandre um livro sobre economia, para ele aprender mais alguma coisa dessa arte esotérica, para muitos uma adivinhação de quem pouco sabe, pois estão sempre a falhar os prognósticos. A prenda foi complementada com um CD da Ana Moura – “Leva-me ao fado”, um bestseller da canção nacional. Surpresa para o homenageado, que não esperava nada daquilo.

E vamos ao que aqui nos trouxe
Estava na hora da papa e o objetivo seguinte foi arranjar o melhor poiso. Escolha deveras difícil, tal a variedade da oferta. Mas a maior parte dos lugares de varanda virada para o rio eram mesas para duas pessoas
e o cardápio era próprio para turista provar e pagar.
Acabamos por fazer uma escolha nem carne nem peixe; nem tasca nem muito requinte; nem caro nem barato. O preço por pessoa ficou abaixo dos 20 euros, mas sem sobremesas e com a opção por cerveja em vez do vinho. O serviço foi muito demorado, pois em lugar de optarmos pelo prato do dia escolhemos pratos complicados: filetes de bacalhau e polvo à lagareiro.
Durante o repasto tivemos direito a 2 concertos a solo por verdadeiros artistas, estrangeiros, com aparência de romenos.
Igreja de S. Francisco
Findo o repasto, e antes de regressarmos a casa, fomos tentados a uma visita à igreja de S. Francisco. Deparamos com 2 seguranças, que nos queriam esfolar 3 euros e meio a cada um para dar uma mirada à igreja, às catacumbas e ao museu. Optamos por seguir o exemplo de uma turista brasileira, que deu meia volta e terá ido gastar os euros noutras paragens. Ou noutras viagens, pois mesmo aqui passam imensos autocarros turísticos, daqueles descobertos que dão a volta à cidade e que ainda há dois ou 3 anos só conhecíamos das visitas a cidades estrangeiras.
O que o Porto mudou em meia dúzia e anos! E não passamos da Ribeira.
Valadares, 10 de Setembro de 2014
O secretário/cronista

Alexandre Ribeiro

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