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domingo, 9 de março de 2014

Ontem fui correr!

Ah… que bom! Como me senti bem em termos anímicos a percorrer os 12 quilómetros que separam o bar Atlântico, na praia de Valadares, até ao Bico do Cabedelo! Já fisicamente não poderei dizer o mesmo tendo em conta que vinha de um longo interregno nos treinos. Não corria, nem treinava, desde dia o 15 de Dezembro quando participei na São Silvestre do Porto 2013. Nesse dia fiz os 10 Kms no tempo líquido de 57 minutos e 53 segundos, o que para um cota de 60 anos não foi nada mau.

Voltando ao treino de ontem. Normalmente enquanto corro também penso. Tenho a mania de ir pensando nisto e naquilo, no tempo, no mar que me acompanha do lado esquerdo ou do lado direito conforme o sentido em que me desloco, na política, nestes políticos jotinhas que temos, no futebol, nos amigos (a maioria doentes do FCP), na família etc. etc.  

Ontem os meus pensamentos andaram mais ou menos a navegar assim:
Já não estudo. Já não trabalho. Apenas vou dirigindo os conhecimentos e a ocupação do meu tempo. Será pouco? Talvez. Mas às vezes dá cá um trabalho do... E sorri para mim próprio. Ou de mim? 

E continuei a pensar:
Na adolescência temos a mania que sabemos tudo;
Na casa dos vinte temos a certeza absoluta que sabemos tudo;
Na dos trinta começamos a ter uma ligeira dúvida sobre se sabemos tudo (menos os jotinhas);
Na casa dos quarenta apercebemo-nos de que se calhar não sabemos tudo (menos os jotinhas);
Aos cinquenta apercebemo-nos que não sabemos nada (menos os jotinhas);
Aos sessenta começamos a aprender (menos os jotinhas) e é o que estou a fazer.
E sorri também de mim para mim.

Por isso estou “autorizado” a pensar: O ano de 2014 vai ser terrível, com estes jotinhas que nos governam não podemos esperar grande coisa... não é verdade?
De facto, diminuir o vencimento dos funcionários públicos, as pensões e aumentar a ADSE, num sistema que está fechado, é (ou deveria ser) um crime.
Aqui neste ponto do meu pensamento cruzei-me com a Carmo da farmácia que me sorriu toda simpática e com o seu olhar cúmplice pareceu dizer-me: "Força amigo! Dá cabo aí desse colesterol que, como temos visto na farmácia, anda com tendências para subir de valor...". Bom, ela de facto, não o disse mas eu interpretei pela expressão do seu olhar que era isso que ela estava a pensar. 

Retomei o pensamento anterior e pensei: a culpa, no limite, é do estado português que transferiu abusivamente os fundos de pensões para equilibrarem o défice e continua a pagar pensões milionárias a bancários e a ex-políticos que vão passando pelas empresas que vivem à custa dos negócios com o estado. E quem paga é... bom aqui parei... já pensei vezes de mais nesta merda.

Ao passar em frente ao Restaurante Casa Branca, para além de pensar que foi aqui que fizemos a boda do meu casamento há 34 anos ainda desabafei para mim: Parece que foi ontem! Mas… é muito tempo, porra! 

No regresso, e ao passar pelo Ar d´Mar-Bar Esplanada, em Canide Norte, lembrei-me do meu cunhado falecido num brutal acidente de viação e do tempo, já longínquo, em que ele abriu e inaugurou este bar. O entusiasmo e a esperança no futuro com que ele o fez!!!
Aqui apeteceu-me ficar indignado. Pois, agora tenho tempo e acho que vale a pena indignar-me com tudo isto. É injusto morrer-se aos 35 anos e deixar um filho de cinco anos.

E... como fiquei mal disposto, não me importei de regressar ao tema anterior, que continua a indignar-me, e muito. Não sou jotinha, também não sou político, graças a Deus, e não tenho soluções para o problema português mas o que me apetece é dizer (neste caso pensar) mais uma vez: este governo é o cobardolas do costume, bate nos mais fracos, e naqueles que já não se podem defender nem sequer a fazer uma grevezita. Estes cobardolas esquecem-se que as reformas nos são devidas, descontámos mensalmente para elas ao longo de toda uma carreira; não são um bónus nem um agrado que nos fazem; é a verba que todos nós poupámos para o efeito. Até dá a ideia que esses governantes de merda aplicaram as nossas poupanças de reforma na bolsa e... perderam. O que eu acho é que, com isso, nos roubam as nossas reformas. Se, porém, as aplicaram indevidamente e a coisa correu mal, então prendam quem o fez, eram dinheiros que não lhes pertenciam, não tinham nada que lhes mexer. Ouviram???

E pronto passei de novo em frente à esplanada do Bar Atlântico e cheguei finalmente ao carro, estacionado próximo daí, onde a Amélia já me esperava. Abro a porta, sento-me e desabafo. Uff, cheguei!

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